sábado, 31 de março de 2018





"Ainda que pareça perfeitamente claro que nenhum de nós merece o começo particular que recebemos na vida, haverá sempre certas pessoas presumidas que imaginam que têm, de algum modo, direito à sua boa sorte. Algumas vezes, estas pessoas invocam a divindade para justificar a sua alta posição, como se a providência não tivesse nada mais importante a fazer que conservá-las acarinhadas e protegidas. Algumas vezes, apontam para a hereditariedade, como se um recado antepassado, que ganhou uma outorga de terra ou fundou uma companhia, tivesse alguma influência directa no seu próprio merecimento. Algumas vezes, estas pessoas presumidas parecem mesmo não ter dispensado qualquer reflexão aos caprichos da sorte que as favoreceu; a roda da sorte avançou no seu caminho, então por que questionar o processo?

Todos nós, provavelmente, encontrámos pessoas como estas, num momento ou noutro. Podem ser as arrogantes (e algumas vezes batoteiras) na escola, as muito delicadas mas incapazes, as simuladoras de estar doentes no trabalho, as pessoas que pensam que podem substituir trabalho árduo por esperteza política. Tendem a ser crianças no campo de golfe; em ténis muitas vezes apresentam boa forma e pobre desportivismo. Em termos de amizade são algumas vezes muito divertidas e totalmente não confiáveis.

Em resumo, são pessoas que foram estragadas por vantagens com que nasceram, mas não mereceram.

Se nós não as observarmos suficientemente de perto, é fácil invejar estas pessoas, isto se nós próprios valorizarmos as coisas que parecem defini-las. Elas tendem a ter maneiras polidas e belos carros. Têm passatempos elegantes, como vela e equitação. Mesmo quando não parecem especialmente brilhantes ou intelectualmente vibrantes, tendem a ter credenciais oriundas de todas as escolas de referência, assim como uma lista extensa de contactos, que podem facilitar a sua entrada nos negócios e na profissão. Enquanto a maioria das pessoas tem que trabalhar arduamente o seu caminho através da vida, estas pessoas parecem deslizar. Seguras das suas prerrogativas, despreocupadas na sua abordagem às situações, parecem vogar em ritmo de cruzeiro e alcançar o que pretendem.

Invejável, certo? Talvez nem tanto, se olharmos um pouco mais fundo.

Por baixo da pele bem tratada e de maneiras polidas de muitas destas pessoas privilegiadas, alguma coisa parece faltar. A confiança aparente resulta ser ténue e frágil, nada de verdadeira segurança, mas simplesmente o hábito de parecer estar no topo das coisas. O gozo algo maníaco por certos brinquedos (carros, barcos, casas de verão) resulta ser imperfeita compensação para coisas que são mais preciosas, subtis, difíceis de compreender: um sentido de objectivo, um conhecimento e aceitação de quem elas realmente são, uma conexão muito significativa entre as coisas que possuem e as coisas por que aspiram nos seus corações.

Mais basicamente do que tudo, o encanto fácil e o cinismo que lhes é particular muitas vezes provam ser uma elaborada e, em última análise, máscara ineficaz para a falta de autorrespeito. Autorrespeito só pode provir de ganhar o seu próprio prémio. Isso é absolutamente essencial. E muitas destas pessoas privilegiadas mas vazias, foram privadas desta difícil mas redentora aventura. As suas famílias deram-lhes de mão beijada vidas luxuosas, mas diminuídas. Como o meu pai poderia dizer, elas nasceram com punhais de prata nas costas." - Peter Buffett

sexta-feira, 30 de março de 2018





"Tantos de nós acreditamos que temos de fazer alguma coisa: temos de passar à acção para fazer a diferença no mundo. Deveremos ter um propósito mais elevado, uma missão, um profundo chamamento. E conquanto a acção tenha certamente o seu lugar, é de facto como estamos no mundo que faz a diferença. Considere isto: se está em paz consigo próprio, já está a fazer a diferença. Podemos doar dinheiro, ou enviar auxílio, ou voluntariarmo-nos para um centro de abrigo, mas a primeira coisa que temos de fazer é responsabilizarmo-nos e procedermos ao balanço do nosso próprio caminho de consciência.

Se estiver em harmonia consigo mesmo e vibrar daí para o mundo lá fora, estará a fazer a verdadeira mudança. Não tem a ver com magnitude. Não tem a ver com a natureza grandiosa da contribuição a nível externo. Se você reunir todas as partes de si próprio e as amar, esse amor torna-se contagioso. O efeito de ondulação deste tipo de energia é tremendo - de algumas formas mais profundo do que todas as contribuições externas que alguma vez foram feitas. Porque quanto mais estivermos em paz connosco próprios, mais a energia colectiva mudará, e seja o que for que se interponha no caminho dessa paz e tranquilidade não terá escolha senão acabar ou dissolver-se.

Sinta tudo dentro de si. Aceda a um lugar de paz. Está a tornar-se uma parte da minoria em permanente expansão. Queremos tantos núcleos de paz na Terra quanto possível. Quando a consciência muda, passamos por uma alteração de paradigma. E toda e cada pessoa está a tomar parte nessa alteração de paradigma - do medo para fora e para o amor.

Completude. Paz. Estas são as sementes que estará a plantar. Não se precipite a fazer alguma coisa. Deixe-se simplesmente ficar quieto. Permita-se ser você próprio a mudança. Não há qualquer esforço envolvido. Na altura certa, haverá tempo para a acção. Este caminho não tem a ver com complacência, afinal de contas. Poderá meter-se num avião mais tarde - assim que se conhecer melhor. Mas por agora a sua disposição de fazer esta caminhada é, por si só, suficiente." - Panache Desai

quinta-feira, 29 de março de 2018





"Moses Mendelssohn, pai do grande compositor alemão, estava longe de ser bonito. Para além de baixo, tinha uma corcunda grotesca. 

Um dia, visitou um comerciante em Hamburgo que tinha uma filha muito bonita chamada Frumtje. Moses apaixonou-se perdidamente por ela, mas Frumtje sentia-se repugnada pela sua aparência disforme.

Ao chegar a hora de partir, Moses ganhou coragem e subiu as escadas até ao seu quarto para uma última oportunidade de tentar falar com ela. Frumtje tinha uma beleza celestial, mas entristeceu-o profundamente ao recusar-se olhar para ele. Depois de várias tentativas de iniciar uma conversa, Moses perguntou timidamente:

"Acreditas que os casamentos se fazem no céu?"

"Sim", respondeu, ainda com os olhos postos no chão. "E tu?"

"Sim, acredito", respondeu Moses. "Sabes, no céu, assim que nasce um menino, o Senhor anuncia quem será a sua noiva. Quando eu nasci, a minha futura noiva foi escolhida. Mas, logo depois, o Senhor disse-me que ela ia ser corcunda. Imediatamente, pedi ao Senhor que me livrasse de tal tragédia e que me desse a corcunda, para que a minha mulher fosse bela."

Frumtje levantou a cabeça e olhou para ele, assaltada por uma memória distante. Estendeu a mão a Mendelssohn e, mais tarde, tornou-se sua esposa." - Barry e Joyce Vissel

quarta-feira, 28 de março de 2018





"Um bebé não tem qualquer problema em dar novos passos. Quando chega a altura de andar, embora ainda não tenha encontrado o seu equilíbrio, o bebé levanta-se, tropeça, volta a levantar-se e tenta novamente. Se se magoar, chora durante uns instantes, enxuga as lágrimas e prossegue. Ninguém consegue andar sem antes cair. Ninguém cai sem se magoar por alguns instantes. Nós caímos, levantamo-nos, continuamos, perdemo-nos, encontramos o caminho, e depois voltamos a perder-nos.

O mesmo se passa com os relacionamentos. É natural que ao começarmos não tenhamos ainda encontrado o nosso equilíbrio. Podem ser necessárias muitas explorações para percebermos quem somos, quem é o outro e como responder às necessidades um do outro. Pode dizer-se que não existe maior bravura do que aquela necessária para caminhar na senda do amor.

Os relacionamentos, pela sua própria natureza, podem tornar-se caóticos. Manter o equilíbrio e a clareza torna-se uma tarefa muito mais árdua nas dores de parto de uma relação amorosa, na qual as necessidades e os sentimentos estão intensificados e as lealdades se podem dividir. Muitas pessoas, quando estão nestas situações, sentem-se como se estivessem a caminhar na corda bamba.

Nesta vida, somos constantemente abordados por uma cadeia interminável de estímulos, pessoas a quererem coisas diferentes de nós, escolhas que têm de ser feitas no momento. É frequente ser-nos exigido que tomemos uma acção sem que nos seja dado tempo para reflectirmos nas suas consequências. Aprendemos a fazer uma lista das nossas prioridades, a gerir o nosso tempo de modo a criar uma vida equilibrada e a zelar pelas várias facetas de nós próprios. Embora sigamos o calendário que estipulámos, isso não significa necessariamente que também alcancemos um sentido de equilíbrio interior. Os conflitos podem continuar a agitar-se lá dentro. Estes conflitos interiores nem sempre se resolvem através de um planeamento racional ou de esforços no sentido de nos convencermos a nós mesmos de qual será o próximo passo certo a dar. Na verdade, quanto mais pensamos sobre o que devemos fazer, mais vacilantes nos podemos tornar.

Ao entrarmos na prática do Zen, afinamos o nosso sentido do ritmo e do timing certo nos relacionamentos. Passamos a saber, de forma natural, quando é o momento de agirmos e quando é o momento de ficarmos quietos. Ficamos libertos quer da procrastinação quer do comportamento impulsivo que não se baseia no que é real ou necessário naquele momento. Quando estamos em contacto com o nosso equilíbrio inato, os nossos relacionamentos tornam-se, também eles, equilibrados." - Brenda Shoshanna

terça-feira, 27 de março de 2018





"Experimente viver segundo este lema:

«Feliz por ter;

Mas igualmente feliz por não ter

E feliz por ser;

Mas igualmente feliz por não ser.»

Não há melhor forma de sentir liberdade e paz de espírito." - Ernie Zelinski

segunda-feira, 26 de março de 2018





"Tudo transporta em si uma força vital. Tudo está imbuído de Espírito e consciência. A vida e as sensações existem à nossa volta, e o mundo natural fervilha com elas. Vivemos numa grande teia da vida, e a matriz de energia assemelha-se a uma deliciosa sopa na qual nadamos. Alimentamo-nos deste poder e, como retorno, insuflamos-lhe energia. É um sistema belo e poderoso de vida interligada e transferência de energia, unido por uma consciência comum - uma mente ou um espírito universal do qual todos fazemos parte.

Quando comemos alimentos plenos desta força de vida, ganhamos energia. A qualidade dos alimentos que consumimos determina a qualidade e o volume do nosso qi. Tudo o que é próximo da natureza possui uma elevada vibração, e carrega mais nutrientes e força de vida. Os alimentos fabricados são, na maior parte, desprovidos desta força. E, se não existe vida nos alimentos, então não existe vida em nós. Não admira que andemos todos tão cansados. Mais uma vez, recebemos muito mais dos alimentos além de calorias. É certo que têm nutrientes, minerais e cofatores, mas e o qi? Extraímos imensas formas de energia subtil dos alimentos além de calorias para queimar. A interligação de toda a vida é sempre uma transferência de energia e consciência. Alimentamo-nos das pessoas com quem convivemos, dos livros que lemos, dos espectáculos que vemos e dos ambientes que frequentamos. Tudo faz parte de uma inteligência universal que nos ajuda a sentirmo-nos ligados e vibrantes de vida. Tudo está vivo e imbuído de consciência." - Pedram Shojai

domingo, 25 de março de 2018





"Ser humano significa que experienciaremos a solidão. Todos temos um buraco lá dentro - um vazio - que ansiamos por preencher seja de que maneiras for. Buscamos soluções. Afastamo-nos de nós próprios quando o que realmente precisamos de fazer é aproximarmo-nos mais.

Fazemos seja o que for para evitar estar no meio desta experiência humana. Para evitar sintonizar-nos e sentir.

Quando ando de carro pela minha cidade, vejo pessoas a escrever mensagens nos telemóveis dentro dos carros. Estão paradas num semáforo, e em vez de contemplarem o espaço lá fora, verificam seja quais forem os desenvolvimentos que tiveram lugar no último minuto desde que pararam e enviaram a mensagem escrita no semáforo anterior.

Quando foi a última vez que olhou simplesmente para a distância?

Que simplesmente se deixou ficar sentado a pensar?

Ou que ingeriu uma refeição a sós sem o fiel telefone ou leitor digital ao lado?

Precisamos de nos sintonizar.

Não dessintonizar.

Ser humano é ser solitário, e nós não permitimos essa solidão. Não nos permitimos aquietar o bastante para ouvir a nossa mais profunda sabedoria. Para além da dor da solidão - quando nos permitimos ser trespassados por toda ela - está o maior júbilo que jamais conhecemos.

Se não nos deixarmos sentir, evitamos as profundezas da nossa dor - mas perdemos igualmente as profundezas do nosso júbilo e conexão.

Permita-se a queda livre! Sinta o que é ser humano - tudo de tudo. Sentimos todos tanto terror de que, se cairmos, nunca venhamos a parar. Por isso não nos deixamos ir. E ao determo-nos, estamos a impedir o nosso crescimento.

Abrace a dor.

Inspire o anseio.

No decurso do seu dia, empenhe-se em criar momentos de nada, momentos de silêncio, de ociosidade, na sua experiência. Dê à sua mais profunda intuição um espaço no qual lhe falar. Pare de dar à língua. Comece a escutar. Só por hoje, prometa a si próprio que tirará um minuto para nada fazer - um único minuto - durante cada hora de vigília.

Tente-o agora mesmo. Esteja onde estiver. Pare seja o que for que esteja a fazer. E por um sólido minuto, olhe pela janela. Não importa se está a olhar para uma parede de tijolo, uma escada de incêndio, um prado, ou para a linha do horizonte. O que importa é o nada. A inactividade. O espaço que está a abrir para a sua mais verdadeira e profunda voz emergir." - Panache Desai

sábado, 24 de março de 2018




"Era uma vez um grande homem que casou com a mulher dos seus sonhos. Com o amor que os unia criaram uma menina. Era uma criança alegre e feliz e o homem amava-a muito.

Quando era pequenina, ele pegava nela, sussurrava-lhe uma cantiga, dançava com ela pelo quarto e dizia-lhe: "Amo-te, pequenita."

À medida que a menina ia crescendo, este grande homem abraçava-a e dizia-lhe:"Amo-te, pequenita."

A menina amuava e respondia: "Já não sou pequenina." O homem sorria e dizia: "Mas para mim, serás sempre a minha pequenita."

A menina que já-não-era-pequenina saiu de casa e partiu pelo mundo. Enquanto aprendia mais coisas sobre si mesma, aprendia mais sobre o homem. Percebeu que ele era, de facto, grande e forte, porque agora ela reconhecia os seus pontos fortes. Um deles era a capacidade que tinha de expressar o amor que sentia pela família. Onde quer que ela estivesse, o homem telefonava-lhe e dizia-lhe: "Amo-te, pequenita."

Um dia, a menina que já-não-era-pequenina recebeu um telefonema. O grande homem estava doente. Tinha sofrido um AVC. Estava afásico, explicaram à menina. Não conseguia falar e não tinham a certeza de que compreendia o que lhe diziam. Já não conseguia sorrir, rir, andar, abraçar, dançar ou dizer à menina que já-não-era-pequenina que a amava.

Então, a menina foi para junto do grande homem. Assim que entrou no quarto e o viu, o homem pareceu-lhe pequeno e frágil. Ele olhou para ela e tentou falar, mas não conseguiu. 

A menina fez a única coisa que podia fazer. Subiu para a cama e deitou-se ao lado do grande homem. Os dois choraram enquanto a menina abraçava os ombros inertes do pai.

Com a cabeça pousada no peito dele, a menina pensou em muitas coisas. Lembrou-se dos tempos maravilhosos que tinham passado juntos e de como sempre se sentira protegida e amada pelo grande homem. Sofreu pela perda que estava prestes a sentir e pelas palavras de amor que sempre a tinham confortado.

E, depois, ouviu o interior do homem, o bater do seu coração. O coração onde a música e as palavras sempre tinham vivido. O coração continuava a bater, constante e alheio aos danos que se tinham abatido pelo resto do corpo. E enquanto ela estava ali deitada, a magia aconteceu. A menina ouviu o que precisava de ouvir.

O coração soletrou as palavras que a boca não era já capaz de dizer...

Amo-te, amo-te, amo-te, pequenita, pequenita, pequenita.

E a menina ficou em paz." - Patty Hansen

sexta-feira, 23 de março de 2018





"Muitas pessoas sentem que a sua vida foi destruída por relacionamentos dolorosos e por situações que elas não podiam mudar ou controlar.

Quando atravessamos algo que nos provoca desgosto, ou nos envolvemos numa relação que nos magoa e não se desenvolve como gostaríamos, atribuímos-lhe todo o tipo de interpretações. Decidimos que este tipo de situação desagradável tem consequências sobre nós próprios - que devemos lutar e alterá-la de modo a recuperarmos a nossa dignidade. Consideramos que temos um inimigo, e começamos a erguer as nossas defesas. Convencemo-nos de que seremos sempre rejeitados e de que nunca mais voltaremos a amar.

Estas crenças e interpretações que acrescentamos à situação, são aquilo que nos mantém atolados no lodo da nossa vida. Elas impossibilitam-nos de avançar. Deixam-nos com a sensação de estarmos sujos e impuros. Fazem-nos sentir que fomos feridos e enganados. Segredam-nos que a vingança urge. Repetimos estas ideias a nós próprios muitas e muitas vezes. Quando acreditamos nestas histórias e reagimos a elas, perdemos o contacto com o que realmente está a acontecer agora e com o que se encontra disponível para nós no presente. E mais do que isso, deixamos de estar conscientes do facto de o lodo ser apenas lodo.

Dogen Zenji (um grande mestre Zen) podia atravessar todos os tipos de condições e permanecer incólume porque não lhes acrescentava nada. Ele estava exactamente onde estava, a experimentar tudo de forma directa. O lodo não era mau nem o sujava. Era apenas lodo. Pouco tempo depois de ter passado pelo lodo, no decorrer da sua caminhada, surgia um campo de relva para ele atravessar. Quando aparecia a relva, nas suas caminhadas, isso não era o paraíso, era apenas relva. Quando chegava o Outono e a relva secava, isso não significava que ele estivesse a ser castigado, sujeito a um Inverno tormentoso. Era apenas a época de a relva secar. Depois do Inverno, algo nasceria.

A maior parte de nós não é capaz de caminhar desta forma sobre as condições e os acontecimentos da vida. Continuamos sempre a tentar transformar o lodo em água cristalina. Quando encontramos um prado cheio de relva, tentamos mantê-lo verde mesmo quando estamos perante a geada do Inverno. Nós tememos o novo terreno que a vida nos apresenta em vez de caminharmos simplesmente na sua direcção.

Fazemos precisamente a mesma coisa com os relacionamentos. Detemo-nos numa dada situação, ficamos a pensar no quanto fomos enganados, a ruminar sobre ela e recusamo-nos a largá-la. Ficamos transtornados com o facto de não termos sido capazes de controlar a nossa situação e, como resultado, sentimo-nos impotentes. Mas o que é que nós podemos realmente controlar? Será que pelo facto de não podermos controlar este mundo insondável isso significa que somos impotentes ou tolos? Existirá uma outra maneira de nos aproximarmos tanto da beleza como da dor que sentimos? 

Ao entrarmos respeitosamente na prática do Zen, tornamo-nos mais capazes de compreender que o lodo é apenas lodo. Ele não está lá para nos humilhar, perturbar ou deter. Aceitamo-lo nas nossas caminhadas, atravessamo-lo e, simplesmente, continuamos o nosso percurso.

Quando ele vier, damos-lhe as boas-vindas,

quando ele for, não o seguiremos

Esta simples instrução constitui uma forma directa de mudar completamente a nossa vida. Se a seguirmos verdadeiramente em todas as nossa relações, criamos o Céu na Terra, não importa quem vem ou vai. Não nos agarramos aos outros, reclamando-os como nossos. Compreendemos de onde veio cada pessoa e para onde vai.

Damos as boas-vindas a quem quer que chegue, sem culpa, exigências ou desilusão, mas com a compreensão de que cada pessoa é uma dádiva preciosa que nos é ofertada por um certo período de tempo. Quando chega o momento de essa pessoa partir, honramos a sua partida e não a seguimos - não a culpamos por se ir embora. Quando os outros sentem o respeito e o espaço que esta atitude lhes proporciona, abre-se-lhes a porta para serem tudo o que puderem, e é criado um campo fértil e um lugar seguro para o amor.

Esta instrução lembra-nos de encarar as coisas sem dificuldade. Ajuda-nos a permanecer imóveis, a não interferirmos com o ritmo natural do universo, que inevitavelmente traz até nós o que é nosso e nos retira aquilo que não nos está destinado para agora.

Quanto mais praticamos, mais entramos em contacto com a grande sabedoria natural do universo e com o processo de mudança contínua. Tornamo-nos capazes de descobrir o nosso centro e o nosso bem-estar em algo que está para além das correntes passageiras. Ao deixarmos de tentar controlar, não só nos é restituída uma grande quantidade de energia, como também nos tornamos capazes de ver a raiz a partir da qual cresce o amor verdadeiro.

Dar as boas-vindas a alguém quando chega, não seguir essa pessoa quando ela parte, é a manifestação de uma vida de amor. Quanto mais entramos nesta forma de vida, mais alegres nos tornamos, sem nadarmos contra as marés da vida, mas tornando-nos capazes de brincar nas ondas e de apreciar totalmente a brincadeira." - Brenda Shoshanna

quinta-feira, 22 de março de 2018





«Imagine como seria feliz se perdesse tudo o que tem hoje, e depois o recuperasse.»


"Acontecem-lhe dez vezes mais coisas boas do que más.

Assim, é seu dever passar dez vezes mais tempo entusiasmado e delirante com a maravilha da vida, do que o que passa a queixar-se dela." - Ernie Zelinski

quarta-feira, 21 de março de 2018





"Numa sociedade capitalista, a dívida é utilizada como alavanca de crescimento e geradora de riqueza. Pode ser útil se pedir dinheiro emprestado para comprar e recuperar uma casa e depois vendê-la e, com isso, ganhar algum lucro. A sua linha de crédito pode ajudar em apertos financeiros quando a sua empresa sofre percalços - tudo bem.

O problema aqui é uma má Economia de Energia.

Não podemos gastar mais energia do que a que produzimos. Antigamente, este era um cálculo simples, e a maior parte das pessoas percebia isso, mas agora existe uma disrupção na engrenagem. A vida é rápida e frenética. Nunca há tempo suficiente, por isso, a ideia de parar e respirar parece absurda. Bebo um café e como qualquer coisa... - pensamos, e continuamos. 

Uma vez que o tempo é tão curto na nossa percepção, parar para comer é muito inconveniente e oneroso. Este é um grave problema contemporâneo que afecta a maior parte das pessoas e que está a fazer as nossas vidas descarrilarem: a vida e os rituais costumavam reunir-se à mesa, mas agora não temos tempo para nos sentarmos à mesa. O acto de comer tornou-se insignificante, por isso, aquilo que comemos tem pouca importância; limitamo-nos a mastigar uma barra de proteínas e continuamos. Problema: essa porcaria não é comida." - Pedram Shojai

terça-feira, 20 de março de 2018





"Você não é o que lhe disseram. Não é a sua mente. Não é os seus pensamentos. Não é a sua história. Não é o seu nome. Não é o seu corpo. 

Você é algo que não pode ser nomeado.

Algo de longe maior do que alguma vez imaginou.

Transcendente.

Indefinível.

Brilhante.

Você não é a sua conta bancária. Não é os seus feitos. Não é as suas posses. Não é as suas provas e tribulações. Nem é tão-pouco os seus empreendimentos académicos. 

Você é de longe algo maior. 

Algo inquantificável.

Você não é os seus fracassos. Não é os seus desgostos de coração. Ou as suas perdas. Não é as suas lutas. Não é o seu sofrimento. Não é a sua dor.

Você é livre. Pleno. Inteiro. Completo. 

Não está quebrado. Não tem necessidade de ser curado. Não tem necessidade de ser ensinado.

Você é resplandecente. Assombroso. Luminoso.

Não é o seu medo. Não é a sua raiva. Não é a sua tristeza. Não é a sua insegurança. Ou o seu desmerecimento.

Você está além de todas as qualidades.

Além de todo o entendimento.

Além de todas  as fronteiras.

É ilimitado. Prístino. Glorioso.

Você não é o seu júbilo. Não é a sua bem-aventurança. Não é a sua felicidade. Não é o amor que sentiu.

Está além de todos os sentimentos.

Fora do reino de toda a experiência.

Você é livre. 

Infinito. Infinito. Infinito.

Ao adormecer, caia neste estado ilimitado e expansivo. Esta é a sua verdadeira natureza. Este lugar sem fronteiras. Este lugar de infinita receptividade. Plenamente abraçado. Visto. Compreendido. Este lugar onde pode experienciar unidade.

Este é o lugar no qual todas as coisas se tornam possíveis." - Panache Desai

segunda-feira, 19 de março de 2018





"Não tenho qualquer ideia sobre o que fazer com a incrível violência com que somos invadidos. Vejo com o maior dos horrores e espanto os anúncios de filmes e programas de televisão, recheados de violência humana terrível, e leio os inúmeros artigos no jornal sobre assassinatos, e muitos deles por acções violentas cometidas por jovens. Sei que não sou o único que pensa assim; a maioria das pessoas com quem falo sente exactamente o mesmo. Deve ser porque aqueles que detêm o poder acreditam que o dinheiro é sempre o objectivo final e este tema vende. Mas porque é que vende? Ainda não consegui uma resposta... com excepção de PARAR. Pelo menos é um começo.

À primeira vista, até para mim, parece uma resposta muito ingénua. Mas quando penso mais profundamente, chego a um ponto de convicção: a única coisa que poderá modificar o modelo e hábito de violência  nas pessoas é a única coisa que sempre transformou moralmente as pessoas - a conversão; dando uma reviravolta no caminho é possível ver as coisas. Para que isso seja possível temos de ajudar as pessoas a PARAR, porque PARAR é a condição necessária à mudança dentro do próprio coração. Não conseguirá mudar se não estiver suficientemente quieto, durante o tempo necessário, para poder ver que existe uma via diferente ou melhor. As pessoas violentas - e somos potencialmente todos nós - estamos tão ampla e profundamente distraídos que a melhor via é praticamente inimaginável.

Que PARE a juventude na rua! Que PAREM os executivos das grandes cadeias de empresas! Que PAREM os actores que interpretam todos esses horrores! Que PAREM os directores dos jornais! Que PAREM os pais! Que PAREM os professores! Que PAREM os homens! Que PAREM as mulheres! Que PAREM as crianças! Vamos PARAR você e eu também!" - David Kundtz

domingo, 18 de março de 2018





«Tens paciência para esperar até que a poeira assente?» - Ditado Zen

"Para chegarmos à acção verdadeira devemos em primeiro lugar não fazer nada. Isto significa que temos de parar de fazer o que costumávamos fazer. Devemos acabar com as nossas reacções por reflexo. Temos de deixar de viver como Sísifo, a empurrar sempre a mesma rocha até ao topo da mesma montanha. Temos de ser capazes de aguentar a ansiedade, a confusão e o que quer que surja quando pura e simplesmente cessamos a nossa forma habitual de reagir. Temos de ter vontade de estar muito quietos e em silêncio por forma a que o nosso impulso para reagir tenha tempo de se desvanecer. Se formos capazes de fazer isto nos relacionamentos, muitos dos pequenos aborrecimentos  dissolver-se-ão com naturalidade. Damos-lhe espaço para virem e irem. Não sopramos as chamas com as nossas reacções. Não transformamos uma chuvinha de Verão numa violenta tempestade que poderá arruinar uma relação.

Muitas pessoas sentem como uma espécie de pequena morte o facto de pararem de fazer aquilo que estão habituadas a fazer. Elas pensam que são aquilo que fazem.

Nos relacionamentos tem lugar a mesma dinâmica. Primeiro uma coisa, e depois outra, para causar perturbação. Agitamo-nos na tentativa de alterar ou controlar o que estamos a sentir ou então tentamos mudar a pessoa que nos está a fazer sentir dessa maneira.Consideramos que o nosso conforto é muito mais importante que o dos outros. É evidente que mais tarde ou mais cedo, este género de atitude os afasta.

Todos queremos estar em primeiro lugar, ser os mais importantes, o centro do mundo, e queremos que os nossos relacionamentos provem que o somos. Contudo, este tipo de atitude vira-se sempre contra nós, deixando-nos deprimidos e sozinhos. É essencial que nos apercebamos de que nem sempre temos de estar em primeiro lugar nas relações. Até que tenhamos compreendido isto, somos incapazes de nos apaixonarmos de forma natural. Ao querermos estar em primeiro lugar, ser os melhores, o centro de tudo, empurramos o amor para longe da nossa porta.

Quando nos sentamos juntos no zendo e não fazemos nada, quando não nos mexemos, vemos que todos nós temos a mesma importância, que tudo aquilo que incomoda ou magoa os outros também nos magoa a nós. Também passamos a honrar os outros contribuindo para criar um ambiente onde todos se possam sentar firmemente, sem perturbações, e tornar-se maiores do que as irritações e as queixas passageiras." - Brenda Shoshanna

sábado, 17 de março de 2018





"Não se limite a apreciar a solidão.

Procure-a.

Ame-se a si próprio enquanto procura conhecer-se melhor. 

Dentro de si está o paraíso de que tem andado à procura.

Aí encontrará toda a felicidade de que alguma vez precisará." - Ernie Zelinski

sexta-feira, 16 de março de 2018





"Actualmente, a principal queixa que se ouve nos gabinetes médicos é fadiga. Toda a gente está cansada, e isso está a tornar-se uma epidemia. Os nossos corpos dizem-nos que algo está errado, mas andamos demasiado ocupados para os ouvir.

A energia é como o dinheiro. No Oriente, chamamos-lhe qi. É uma moeda que circula. Tem de passar por nós num ciclo de abundância. Se nos mantivermos equilibrados, a nossa energia será saudável e fluirá como é suposto. 

Você está numa loja e vê algo que lhe interessa. Verifica se tem dinheiro e apercebe-se de que gastou o último tostão hoje de manhã. Antigamente, sairia da loja sem o artigo, talvez após aprender uma lição sobre gerir melhor o seu dinheiro. Hoje, não precisamos de todo de enfrentar essa realidade - temos o crédito! Tiramos um cartão da carteira e marcamos um código. Já está! O artigo já está no seu saco, e você sorri durante todo o caminho até casa - até receber a conta e perceber que tem de arranjar dinheiro. Parece-lhe familiar? É isto que fazemos todos os dias com a nossa energia.

Uma vez que não descansa, não recupera. É um princípio básico. Tudo o que sobe tem de descer. O yin e o yang têm sempre de encontrar equilíbrio para a energia fluir.

Você consegue encontrar equilíbrio, mas não de uma forma agradável. Insiste e insiste até o seu corpo ceder e, depois, passa uma semana de cama a recuperar - sem jantares, sem conseguir falar, a tomar medicamentos para a gripe e a ver repetições da série Friends." - Pedram Shojai

quinta-feira, 15 de março de 2018





"Tem muita coisa a fazer hoje, certo? Uma agenda a abarrotar. A sua vida dá a sensação de ser um circo de três arenas. Às vezes sente-se como se precisasse de toda uma equipa de assistentes só para lhe fazer face. Tanto que fazer! Tantos lugares onde ir! Comboios, aviões, e automóveis! É subjugador só de pensar.

Por isso aqui está uma gentil sugestão: Não pense.

Não pense nisso.

Quando nos focamos nas pilhas e pilhas de afazeres e detalhes, no vacilante monte de contas, nos formulários da escola, nas declarações fiscais, até nos catálogos que aparecem diariamente na caixa de correio, no puro estofo da vida, pode parecer impossível sairmos de lá debaixo.

E se eu lhe dissesse que foi você que se pôs lá debaixo?

E que só você se pode tirar de lá?

É a mente que transforma estes montículos em montanhas. Temos de levar os nossos filhos à escola e chegar a tempo de uma reunião de pequeno-almoço, mas de súbito parece-nos que embarcámos para uma viagem de trekking ao Nepal. Temos uma tarde muito ocupada e, só de pensar nisso, bem podemos estar empoleirados na porta de um pequeno avião, com um páraquedas às costas.

Isto é o que fazemos com a nossa realidade.

Mas nada tem a ver com o que é real.

O que é real é sempre muito simples. Momento a momento, podemos atender à tarefa em mãos - ou podemos criar estruturas bizantinas a toda a volta, cheias de passagens secretas e cavernosos corredores que nada têm a ver com a tarefa em mãos.

Quando um pintor aborda uma tela branca, tudo o que é possível é uma única pincelada de cada vez. Se o pintor tentar pintar a tela inteira de uma vez, o que aconteceria? Que trapalhada!

Uma pincelada de cada vez.

Um alento de cada vez.

Uma palavra de cada vez.

Um pequeno gesto de cada vez.

É tudo o que é possível fazer - e contudo tantas vezes nos pomos à frente de nós próprios e nada fazemos no processo senão ficarmos feitos num oito.

Temos tempo.

Criamos estes cenários subjugadores que nos tornam ineficientes e indisponíveis. Somos movidos por uma falta de confiança. Por uma vaga de medo. Por uma necessidade de controlar. Por uma resistência à mudança. Por uma incapacidade de fluir.

Mas quando estamos verdadeiramente envolvidos com a tela branca da nossa vida, momento a momento, emerge uma qualidade intemporal. O tempo simultaneamente voa e abranda, à medida que nos deixamos por completo imergir naquilo que fazemos.

Só por hoje, faça uma prática de tentar viver plenamente em cada momento. Saiba que isto é impossível - mas a prática permitir-lhe-á viver a tela branca da sua vida.

Simplicidade.

Amplidão.

Clareza.

Uma mente destravancada.

Faça só uma coisa de cada vez. Comprometa-se plenamente. Não divida a sua atenção. Mergulhe na vasta amplidão dessa tela branca e permita que ela se revele a si, momento a precioso momento." - Panache Desai

quarta-feira, 14 de março de 2018





"Sentir-se confortável enquanto só é a dádiva da solidão. Inclui também a dádiva da introvisão, que é a capacidade de olhar para dentro de si. O silêncio é frequentemente um benefício complementar. A vida deste fim de milénio permite-nos poucas ocasiões de solidão e, contudo, o tempo passado a sós é essencial para uma vida equilibrada.

"A solidão é uma necessidade básica humana. Precisamos de fugir do ruído e de estar com outras pessoas".

A solidão transforma. Ao sair de um período de isolamento, você é uma pessoa diferente. A natureza transformadora da solidão vai realçar o significado geral de PARAR. O sucesso da sua vida vai depender em grande parte da qualidade das pausas entre os acontecimentos da sua vida. O efeito cumulativo das pausas determinam não só a magnitude da música mas, mais importante, se esta é a melodia que você quer entoar.

Não é por acaso que os grandes líderes espirituais da história passaram grandes períodos de tempo afastados, retirados, ou a sós; ou seja, PARADOS.

Um dos objectivos da solidão é sentir-se confortável com a sua própria companhia; ter oportunidade de se conhecer e de gostar mais de si e apreciar a magnífica obra de arte que você mesmo constitui. Não está habituado a pensar em si desta forma? Se assim for, peço-lhe que tente. A solidão ajudá-lo-á. Muitas vezes  a diferença entre solidão e isolamento é a amizade por si mesmo. 

"A capacidade de estar só... surge ligada à auto-descoberta e auto-realização e com a consciencialização dos mais profundos sentimentos, impulsos e necessidades". Quando estamos sós, pode suceder muita coisa que o ritmo agitado e a presença de outros impedem: sentimentos, compreensão, lembranças, realizações, prioridades, decisões, graças e por aí fora.

Se estar só o atemoriza, tente fazê-lo por breves períodos progressivos e de forma a que facilmente possa sair, caso o necessite. Comece com uma PAUSA de apenas alguns momentos a sós, mas com outras pessoas por perto, e evolua até um INTERVALO de um par de horas numa praia ou num parque isolado. Cada progressão aumentará o seu conforto, paz e calma.

"Pode-se PARAR com outra pessoa?" Preferiria dizer que você pode PARAR ao mesmo tempo que outra pessoa e provavelmente no mesmo lugar, mas a natureza de PARAR nas suas três formas é solitária. Quer seja por um minuto ou um mês, é um regressar a si mesmo, que é por natureza um acto individual.

"O silêncio é de ouro", ensinaram-nos em criança os adultos que queriam paz e calma. Agora sabemos o que queriam dizer. O silêncio surge também numa forma diferente mas não menos apreciada: ausência de palavras. O romancista inglês George Eliot afirmou, "Abençoado o homem que, não tendo nada para dizer, se abstém de nos dar provas que atestem esse facto" No meu consultório tenho uma máxima emoldurada, para meu próprio uso: "O não dizer nada demonstra muitas vezes o domínio subtil da linguagem."

Esteja a sós. Esteja calmo. Seja, apenas. São estas as dádivas da solidão e do silêncio que a complementa." - David Kundtz

terça-feira, 13 de março de 2018





"Não faça nada é uma elaboração do não se mexa. É a base de todos os ensinamentos Zen. Infelizmente, esta instrução tem sido muito mal compreendida. Ela não significa que sejamos passivos, aceitemos o nosso destino ou nos rendamos à impotência. É exactamente o oposto. Não fazer nada é a instrução mais desafiadora, exigente e revolucionária que se pode dar a alguém. Esta ordem é activa - quando se sentar, não se mexa, e então não faça nada. Solte o controlo. Quando for confrontado com um nó difícil numa relação, não se contorsa nem lute, não entre num combate, não faça nada - desista de controlar. Permaneça centrado e imóvel no meio da tempestade e tente compreender o motivo real do conflito. Deixe que ele manifeste a sua própria vida. Deixe-o vir e ir. Não se deixe apanhar e levar pelos ares como uma folha ao vento.

A maioria das nossas acções e comportamentos (especialmente quando têm origem na mente ocupada, confusa e dispersa) geram mais transtorno, mais electricidade, complicações e consequências desagradáveis. A maior parte das nossas acções não são acções verdadeiras, mas simples reacções. Elas vêm do nosso condicionamento, das nossas compulsões e dos nossos desejos agitados. São estas as actividades sobre as quais é construído o karma.

A acção verdadeira é uma coisa diferente. É clara, espontânea, com um propósito, directa. A acção verdadeira nasce de uma parte totalmente diferente do nosso ser." - Brenda Shoshanna

segunda-feira, 12 de março de 2018





"A menos que esteja em paz com quem é, nunca estará verdadeiramente satisfeito.

A auto-estima é algo que só você pode dar a si próprio, não os outros.

É importante amar-se a si próprio - ainda mais do que a sua mãe o ama - independentemente do que os outros disserem ou pensarem sobre si.

Portanto, viva sempre como se gostasse de si.

Na verdade, ao fim de algum tempo, não conseguirá ver a diferença." - Ernie Zelinski

sábado, 10 de março de 2018





"Pense na última vez que alguém lhe prestou um cumprimento. Talvez tenha sido felicitado por um trabalho bem feito. Ou admirado pela sua aparência. Ou pelo seu bom gosto. Ou pelos seus talentosos filhos. Como se sentiu? Seja honesto. Nesse exacto momento, como se sentiu ao ser-lhe dito algo maravilhoso a seu respeito?

Aceitou-o? Ou esquivou-se? Negou o momento? Não, não, terá porventura dito. Talvez corado. Sentido um aperto no estômago. Em vez de se regozijar num momento encantador, quis - oh, como o quis - que ele rapidamente se fosse.

Você conhece todos os seus defeitos. Conhece todos os seus desafios. Pode enumerar por extenso toda e cada coisa que considera errada a seu respeito. Mas, e a sua glória? E as formas como você - você em particular - brilha? E todos os dons que você - e só você - traz a este mundo?

Não tendemos a pensar em nós próprios em termos do nosso brilhantismo. Mas não temos qualquer problema em assumir toda a nossa apreendida escuridão. Julgamos que isto nos faz humildes. Mas de facto diminui a nossa luz tão seguramente como se fôssemos uma vela a ser apagada. E quando diminuímos essa luz, o mundo fica um pouco mais obscuro. Consegue imaginar o que aconteceria se toda a gente apagasse a sua própria luz? Viveríamos todos em completa escuridão.

Humildade é ter a coragem de abraçar tudo o que você é. Aceitar a plenitude de tudo o que você é. Permitir-se aceitar tudo o que o Divino tem reservado para si. Ser essa vela, ardendo luminosa.

Aqui estou eu.

Isto sou eu.

Isto é tudo o que sou.

Pense na expressão «cheio de si próprio». É considerada pejorativa, certo? Não queremos ser cheios de nós. Mas o que há realmente de errado com isto? Ser cheio de si é ser preenchido de espírito.Esta é, de muitas maneiras, a essência de estarmos aqui, na forma humana.

Quando exibimos um dos nossos talentos, estamos a estender uma mão aos outros para que se juntem a nós nessa posição de beleza e magnificência. Em vez de encontrarmos as pessoas numa posição de mediocridade, estamos a estender um convite para nos encontrarmos numa posição de brilho e luz. A dizer: Estou grato. Estou aqui. Assumo essa parte de mim. Não me diminuirei - pois, fazendo-o, diminuo-te a Ti.

Seja essa vela.

Brilhe luminoso. 

A sua luz, desta forma, pode acender a chama de outro.


Ao adormecer, faça-o com um sentido de si como sendo essa vela brilhante e bela. Testemunhe todos os matizes da chama que você é. Todos os cambiantes de luz. Sempre a arder. Jamais vacilando. Desta forma, será capaz de se virar para outra vela e - com força e dignidade - oferecer a sua luz, e dizer: Sim, sou eu, sim." - Panache Desai

sexta-feira, 9 de março de 2018





"Ainda ontem ouvi na telefonia que usar um determinado tipo de óculos "dirá ao mundo quem você é". "Não, isso é que não!", respondi eu, bem alto, ao anúncio enganoso, "Mas PARAR pode!"

Des-pistados, prestamos atenção àquilo que não nos revigora, prestáveis, saudáveis, afáveis, nem sequer tem importância, enquanto esperamos que aquilo em que nos concentramos seja tudo isso para nós. Distraídos, perdemos momentos importantes. Passam por nós e nem sequer damos por eles: um telefonema de um velho amigo, uma visão momentânea de uma lua cheia através das árvores sombrias, a observação ou pergunta de uma criança, a luz e cor de um fim de dia outonal - tudo nos passa ao lado, sem intercepção, sem registo, sem utilização, e finalmente perdido. Nem sequer reparamos que não reparámos.

É difícil classificar as distracções porque quase tudo se pode tornar uma distracção e quase tudo pode passar a ser nobre. Tem muito a ver com o facto de estar desperto. Uma pessoa atenta pode dizer a uma distracção, "Não passas de uma mentira e não te dou qualquer importância nem tens qualquer influência na minha vida." A pergunta-chave é sempre, "O que se está, de facto, a passar aqui? Qual é a verdade desta situação?"

PARAR permite-nos prestar a atenção necessária para poder criar prioridades na vida. Desta forma, PARAR é como a morte de um amigo. Leva-nos a valorizar e apreciar cada momento da nossa própria existência como algo sem preço e insubstituível. Podemos formular as grandes e importantes interrogações: "Estarei a fazer aquilo que realmente quero fazer?"

Estar atento tem muito a ver com reparar. Gosto realmente da palavra reparar. Implica uma série de coisas. Reveste-se de uma ausência de urgência e quietude. Quando reparamos em coisas ou momentos, aceitamo-los, consideramo-los e registamo-los. Passam a ser nossos, não de uma forma arrebatada, mas de uma maneira amigável e útil.

Porque é que reparamos neles? Porque nos fazem recordar, formam-nos, aprofundam a nossa alma, ajudam-nos a colocar as coisas na ordem devida, ligam-nos ao mundo e mantêm-nos despertos. E ainda por cima, dão-nos imenso prazer!" - David Kundtz

quinta-feira, 8 de março de 2018





«Se ele vier, damos-lhe as boas-vindas, se ele for embora, não vamos atrás.»

"Nós nascemos com o desejo de controlar o mundo e as pessoas que nele vivem. Gritamos para que a Mãe nos alimente, sorrimos para recebermos a atenção por que ansiamos, amuamos quando alguém nos irrita e, quando nos sentimos desconfortáveis, recorremos a todo o tipo de fúrias. Achamos, implicitamente, que a vida se deve conformar aos nossos desejos, que os outros estão aqui apenas para nos manter satisfeitos. Este tipo de atitude infantil pode ser muito difícil de ultrapassar. Na verdade, podemos dizer que 99% da nossa preciosa energia vital é gasta na tentativa de manipularmos o mundo para que ele satisfaça os nossos desejos.

Tal como o bebé, a maior parte de nós está verdadeiramente consciente daqueles que nos rodeiam. Os outros existem antes de mais como objectos de satisfação das nossas necessidades. A noção de que eles têm as suas próprias vidas, sonhos e desejos que podem ser diferentes dos nossos, talvez até conflitantes com os nossos, é normalmente demasiado para nós aceitarmos. Aquilo a que chamamos amor nos relacionamentos não passa, muitas vezes, de ter alguém que se comporta de uma forma que nos faz sentir bem. E se o outro não o fizer, lançamos mão a tudo e mais alguma coisa para o controlar e alterar o seu comportamento.

Na nossa cultura, é considerado normal, e até mesmo saudável, «procurar o melhor». Ensinam-nos a desejar obter o máximo, a preencher as nossas necessidades, a saber como manobrar com sucesso os relacionamentos. Quando alguém consegue um bom partido, ostenta um belo anel ou qualquer outro sinal de vitória, é elogiado pelos seus pares e o seu estatuto eleva-se. Quando uma outra pessoa não foi capaz de manter um relacionamento, sente-se, muitas vezes, inadequada e envergonhada. A nossa própria identidade está completamente ligada à nossa capacidade de controlar com eficácia os nossos relacionamentos, ao tipo de pessoas com quem conseguimos estabelecer um «compromisso».

Muitas psicoterapias lidam com esta situação tentando ajudar os indivíduos a tornar-se mais «bem-sucedidos» no mundo através de manobras mais eficazes, ao serem mais capazes de satisfazer os seus desejos pessoais. No entanto, nós não costumamos parar para examinar o stress e a ansiedade enormes criadas pelo facto de termos de controlar os outros e a nós próprios, por termos constantemente de produzir por forma a termos algum valor, por estarmos sempre a procurar satisfazer um ou outro desejo.

Tudo isto advém da ideia de que nos cabe a nós carregar aos ombros tanto o mundo como os nossos relacionamentos. Quando algo corre mal, culpamo-nos, sentimos que deixámos algo por fazer. Se tivéssemos tomado mais algumas acções poderíamos ter mudado tudo. Seguindo este tipo de orientação, estamos sempre à procura da próxima coisa que vamos controlar, sempre a viver com a sensação de um perigo iminente. Com este estado de espírito, como é possível estarmos apaixonados?

Muitas pessoas não fazem sequer ideia de que exista uma forma de viver alternativa. Ainda não conhecem o caminho do Zen. A prática do Zen é o oposto disso. Não se foca na acumulação nem na obtenção. Não se preocupa com a forma como os outros nos vêem. À medida que praticamos, tornamo-nos gratos e preenchidos pelo que temos, seja o que for. O caminho do Zen para a satisfação baseia-se no viver a partir do nosso verdadeiro ser. E quando os praticantes do Zen vivem desta forma, as suas vidas tornam-se muitas vezes, e paradoxalmente, preenchidas por uma actividade, uma expressão e uma concretização maravilhosas." - Brenda Shoshanna

quarta-feira, 7 de março de 2018





"Não espere encontrar mais felicidade se mudar as suas circunstâncias ou o seu ambiente.

O mero facto de as coisas serem diferentes não quer dizer que algo tenha mudado.

Como dizem no budismo zen: «Onde quer que vá, é onde está.»" - Ernie Zelinski

terça-feira, 6 de março de 2018





"Todos nós assumimos demasiados compromissos e temos demasiadas coisas para fazer em pouco tempo. Sofremos da Síndrome da Compressão do Tempo, que acontece quando nos comprometemos com mais coisas num determinado período de tempo do que é razoavelmente possível fazer.

A Síndrome da Compressão do Tempo dá origem ao stress e a uma consciência tensa, que cede sob o peso da pressão do tempo. Aperta a nossa alma. Aprendemos a dominar a arte de comprimir tantas tarefas na nossa linha temporal que agora só o simples facto de sair pela porta é doloroso.

Descansar e relaxar não são acções aceitáveis na nossa sociedade e são encaradas como um sinal de preguiça e fraqueza. A produtividade é tudo. Desprovidos de tempo para recuperar, tentamos encaixar mais coisas nos nossos dias, esticando-os para agendas impossíveis, e andamos constantemente stressados por chegarmos atrasados e por não termos tempo suficiente para fazer tudo. Somos masoquistas; sonhamos que haverá, no futuro, tempo em que poderemos recuperar e finalmente abrandar, mas não fazemos nada para que isso aconteça.

O seu «mais tarde» será sempre igual se o seu «agora» for caótico.

Existe um provérbio antigo segundo o qual a forma como fazemos uma coisa é essencialmente a forma como fazemos tudo. Se não conseguimos relaxar e desfrutar do momento presente, temos um grande problema. A maior parte das pessoas adia coisas com tanta frequência que nunca terá hipótese de recuperar. Esta situação conduz a uma sensação desconfortável de estarmos incompletos. Provoca uma ansiedade latente da qual não nos conseguimos livrar.

O tempo é dinheiro, e o tempo escasseia.

As mães preocupam-se com os companheiros de brincadeiras dos filhos. As crianças têm sempre demasiados trabalhos de casa. Os pais barbeiam-se com um bebé ao colo. Os cães dão passeios muito curtos. E depois perguntamo-nos porque roeram os móveis...

Sem sabermos como, a métrica de sucesso da indústria e as inovações do mundo dos negócios convenceram-nos de que precisamos das mesmas eficiências optimizadas, integradas na forma como gerimos todas as facetas das nossas vidas. Esta ideia conseguiu penetrar em memes dominantes da nossa sociedade, acarretando com ela um custo elevado. As pessoas sofrem constantemente esgotamentos nervosos. O negócio dos medicamentos para a ansiedade está a disparar. As farmacêuticas registam lucros de milhares de milhões anuais e compram espaço na comunicação social para despejarem os seus anúncios idiotas para cima de nós." - Pedram Shojai

segunda-feira, 5 de março de 2018





"As pessoas pensam que ser-se humilde é ser-se dócil e diminuído, ou que a humildade envolve baixar a fasquia da própria capacidade e talentos. Quando o grande campeão de ténis Roger Federer ganha Wimbledon com toda a facilidade em três partidas e depois, numa entrevista após o desafio, resmunga quanto a não ter jogado o seu melhor, as pessoas irritam-se e pensam: Que diabo? Acusam-no de não ser humilde. Mas, com efeito, Federer está simplesmente a ater-se à sua própria verdade. Quando se é bom numa coisa, está correcto assumi-lo. Está correcto afirmar e admitir que se é bom a fazê-la. E, inversamente, quando não se é bom numa coisa, está correcto também admitir que ela ainda não faz parte dos seus dotes. Em cada organismo vivo há diferentes funções que servem diferentes propósitos. Neste organismo chamado humanidade, existem os Rogers Federers, que são brilhantes a jogar ténis, e existem outros indivíduos, que são brilhantes em contabilidade, ou a ser advogados ou paisagistas ou seja o que for. Este organismo humano - esta sociedade que habitamos - tem uma misteriosa capacidade de cuidar de si próprio. 

Não pode ser de nenhuma outra maneira.

Humildade é vivermos alinhados connosco próprios. 

Mas muitos de nós não informamos a nossa realidade a partir de dentro, dependendo em vez disso da aprovação ou desaprovação alheia. Não tem de se colocar diante de Simon Cowell para saber se é ou não um bom cantor. Você sabe se for um bom cantor. Se for verdadeiramente bom numa coisa, não precisa que ninguém de fora lho diga. Você sabe. E esse saber vem de um lugar bem profundo a nível de sentimento. Um lugar que está alinhado com a sua verdade.

Quando está alinhado com as suas forças e fraquezas, está em harmonia. Está no fluxo. Está simplesmente a ser você. Roger Federer parece jogar sem esforço no campo de ténis porque está nesse fluxo. A raquete é parte dele, uma extensão do seu braço. Todos nós temos uma versão disso. De forma que a humildade nada tem a ver com baixar a fasquia da sua glória a fim de deixar confortáveis as pessoas inseguras. Humildade, para mim, é ser honesto e claro comigo próprio - e a respeito de mim próprio. Sou humilde quando sou honesto sobre o que experiencio, independentemente do que isso for. Seja sentir o assombro de entrar em contacto com alguns dos maiores ícones vivos do mundo - ou sentir a pequenez da minha própria insegurança. De uma maneira ou de outra, não estou a negar o que vai dentro de mim.

Para trabalhar nesta ideia de humildade, arranje um tempo de sossego e faça uma lista compreensiva das suas forças e fraquezas. Consegue compilar um honesto inventário de quem é, sem qualquer necessidade de o embelezar ou diminuir? Ninguém mais o vai ver. Força, faça uma avaliação verdadeira - e certifique-se de tomar um cuidado suplementar ao listar os seus atributos positivos, os seus dons e talentos. Quando não somos humildes, é porque não nos conhecemos a nós próprios. Por isso trate verdadeiramente de se conhecer, e então partirá de uma posição de «emponderamento». 

Humildade equivale a autenticidade. Acima de tudo, significa autenticidade consigo próprio e a respeito de si próprio. Pode soar que estou a advogar a bazófia. Mas essa é a última coisa que sugiro. O que para aqui é chamado é um aceitar e abraçar de tudo o que você é - os seus dons e os seus desafios. Tantas vezes temos relutância em assumir o nosso poder e brilhantismo." - Panache Desai

domingo, 4 de março de 2018





"PARAR é muito fácil de entender. É um período de tempo passado sem fazer nada para conseguir obter tudo. É despender o tempo suficiente, e criar a calma necessária, para poder recordar as questões importantes da sua vida, bem como as respostas oportunas que lhe vão surgindo.
PARAR é a rapariga sentada numa janela banhada pelo Sol, acariciando suavemente o seu gato que ronrona; a mulher com um livro aberto no regaço que através da janela contempla um mundo distante; o homem que caminha descalço numa praia isolada, sentindo o vento na cara; o condutor parado num semáforo respirando fundo e relaxando por meio de um pensamento reconfortante em vez de se limitar apenas a desejar que o sinal mude; a enfermeira atarefada que faz uma pausa de um minuto para respirar e, seguidamente, lança um sorriso ao doente difícil; e o vendedor que come pensativamente o seu almoço, sentado num banco de jardim, enquanto contempla o céu.
Inerente ao PARAR está a ideia de criar o espaço suficiente na sua vida, quer seja por trinta segundos ou trinta dias, para se certificar que as coisas realmente importantes são colocadas em primeiro lugar, que não está tão distraído ao ponto de poder perder os momentos significativos da vida, independentemente das outras coisas que poderá vir a obter.
Repare que a definição de PARAR é "Não fazer nada na medida do possível". "Não fazer nada" é neste caso um termo relativo. Por vezes significará não fazer muito, fazer algo que requeira muito pouca energia, ou fazer alguma coisa de que goste muito. Paradoxalmente, não fazer nada é fazer qualquer coisa muito benéfica. Mais uma vez, PARAR não deverá ser confundido com inactividade; é da vida que se trata.
PARAR não é fugir da vida ou evitar responsabilidades. Pelo contrário, é mover-se na vida e nas próprias responsabilidades de uma forma nova. É ter a coragem de se dirigir exactamente ao ponto onde se encontram os seus propósitos e valores e aí passar algum tempo. PARAR é como um abraço que aperta e afaga entre os seus braços os momentos de maior importância para si." - Ken Druck

sábado, 3 de março de 2018





«Nunca nos questionamos sobre o significado

da vida quando estamos apaixonados.» - Bhagwan Shree Ranjneesh


"Nós estamos destinados a viver uma vida de amor. Quando não estamos apaixonados é porque algo de errado se passa. Infelizmente, muitos de nós resignamo-nos perante a desilusão, a perda e a desordem nas relações. Ainda que possamos ser muito bem-sucedidos em outras áreas da vida, a maioria de nós não sente que o mesmo grau de sucesso no amor seja um direito natural seu. «Ser realista no que toca aos relacionamentos» é a atitude que se considera natural à medida que «crescemos» e deixamos de alimentar fantasias, tolices e sonhos de infância. Mas nada poderia estar mais longe do que é natural. As fantasias, tolices e expectativas confusas que desenvolvemos à medida que vamos envelhecendo é que constituem justamente o que nos coloca num estado de paralisia. Não nos apercebemos de que quando não estamos apaixonados algo não está bem.

Estar apaixonado é a coisa mais madura e realista que se pode fazer. Traz energia às nossas vidas, preenche-nos com uma disposição positiva, desperta a generosidade e torna cada momento pleno de beleza. Estar apaixonado dissipa de forma imediata a sensação de falta de propósito e de desconecção com que muitos se confrontam. O corpo é sarado, o coração fica feliz.

Estar apaixonado é o nosso estado natural. A pergunta que realmente deveríamos colocar é esta: Por que é que não estamos sempre apaixonados? O que é que nos mantém distantes desta herança preciosa? Como é que podemos reclamá-la para nós próprios e regressar à sabedoria e à espontaneidade intrínsecas que tínhamos quando éramos crianças, quando cada momento era novo, excitante e repleto de aventura?

Contrariamente à opinião corrente, o amor verdadeiro nunca magoa nem fere. São somente as nossas expectativas confusas que podem minar as nossas vidas e conduzir-nos a consequências negativas." - Brenda Shoshanna

sexta-feira, 2 de março de 2018





"Pense nisto com calma e cuidado:

Daqui a vários anos, quando olhar para a sua vida, o que poderá lamentar não ter feito?

Certamente que não será não ter trabalhado mais e mais tempo.

E não será não ter acumulado mais bens materiais.

Seja o que for, não deveria estar a fazê-lo agora?" - Ernie Zelinski

quinta-feira, 1 de março de 2018





"Antigamente lutávamos pela sobrevivência. E também fugíamos para salvar a nossa vida. As noites eram frias e os invernos rigorosos. Os alimentos eram escassos e, por vezes, passávamos fome mais tempo do que desejaríamos. Essencialmente, tornávamo-nos resistentes ao desafiarmos o nosso sistema de circuitos de sobrevivência. Isso fez-nos mais fortes.

Hoje, é muito fácil ficar gordo e preguiçoso na cidade. Controlamos o clima e comemos antes mesmo de termos fome. Existem agentes da polícia para nos defender, e os leões estão no jardim zoológico. A sociedade moderna está recheada de todo o tipo de coisas aliciantes, mas isso também nos tornou preguiçosos e frágeis. O Monge Urbano sai da sua vida de contentamento silencioso e regressa a uma vida de acção, aventura, constante desafio e assombro geral. Não precisa de saltar de paraquedas para um barco pirata somali, munido de uma espada de samurai e começar a retalhar, mas precisa de começar a sair das suas zonas de conforto. A vida não é um desporto de bancada, e é por isso que a televisão é um veneno." - Pedram Shojai