domingo, 8 de março de 2015



"A intimidade como desafio.
Não me refiro à intimidade como sinónimo de privacidade nem de vida sexual, não falo de amantes ou do casal, mas de todos os encontros importantes. Refiro-me às relações entre amigos, irmãos, homens e mulheres cuja profundidade permite pensar em algo que vai para além do que é partilhado no presente.
As relações íntimas têm como objectivo a ideia de não se manterem superficiais e essa busca de profundidade confere-lhes a estabilidade para permanecerem e transcenderem o tempo.
Uma relação íntima é um vínculo afectivo que sai do comum porque tem início com o acordo tácito de abolir o medo de nos expormos e com o compromisso de sermos quem somos.
A palavra «compromisso» deriva de «promessa» e confere à relação uma outra magnitude. Um vínculo é comprometido quando está relacionado com honrar as coisas que dissemos, com a possibilidade de saber, antecipadamente, que posso contar com o outro. Apenas sentindo honestamente o desejo de que ele me conheça posso decidir mostrar-me tal qual sou, sem medo de ser rejeitado pela descoberta que este de mim faz.
A relação íntima permite-nos, como nenhuma outra, o exercício absoluto da autenticidade.
A franqueza, a sinceridade e a confiança são coisas demasiado importantes para que as ofereçamos a qualquer um." - Jorge Bucay

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