domingo, 29 de março de 2015



"- Para ganhares, ninguém tem de perder. Ora aqui está uma máxima difícil de engolir para muitas das pessoas que trabalham no mundo dos negócios. No fim de contas, mesmo em miúdos éramos condicionados a competir por parcos recursos. Na escola, dizem-nos que somos o melhor da turma e incentivam-nos a ser um ás dos desportos que praticamos. Somos constantemente comparados com os outros, que são melhores, mais espertos e mais velozes. O que isto gera, numa mente regulada por um pensamento pobre, é que começamos a acreditar que o mundo é realmente um lugar de recursos limitados. Se não nos licenciarmos com a melhor média do curso, não teremos sucesso nas nossas carreiras. Se não ganharmos uma prova desportiva, nunca conheceremos o sabor da vitória. Ora esta maneira de pensar é falsa. Nada poderia estar mais longe da verdade. O filósofo Rumi deixou-o bem claro, quando disse: «Desiste de mergulhar. Torna-te o oceano.»
E esta falsa maneira de pensar gera o medo... medo de que não haja recursos suficientes no mundo para todos nós termos êxito, para lá das nossas maiores expectativas; medo de perder aquilo por que tanto lutámos para acumular; medo de não merecermos ficar com o que temos. E este medo cria uma situação interessante: quanto mais medo temos de sair a perder se ajudarmos os outros a ganhar, menos acabamos por ter. Quanto mais tentamos açambarcar, mais afastamos a abundância que nos é devida.
 - Como é que isso pode ser?
 - Porque o nosso pensamento define a nossa realidade. A nossa percepção define a nossa experiência. Se só pensas em ter tudo para ti e não em ajudar os outros a alcançar os seus sonhos, então estás a projectar os teus medos no mundo. E esses pensamentos cheios de medo criarão a tua realidade, portanto, terás uma vida de escassez.
 - Queres dizer que, se pensarmos só em nós próprios e em tentar ter tudo, acabamos por perder?
 - Sim. Custa a acreditar, não custa? Aqui está a chave: todas as pessoas neste planeta estão interligadas. Somos todos farinha do mesmo saco. A competição alimenta a ilusão de que somos todos distintos, isolados uns dos outros, o que nos mantém tacanhos. Quando agimos a um nível mais elevado e começamos a perceber a interligação que existe entre todas as coisas, todos nós vencemos. O mundo vence. Quando o teu principal objectivo é enriquecer os outros e apoiá-los no seu crescimento, enviamos pensamentos de prosperidade para o mundo, em vez de projectarmos o nosso medo.
 - E, assim, o mundo enche as nossas vidas de abundância.
 - Exactamente. A verdade é que o nosso mundo nunca teve tantas oportunidades disponíveis para aquelas pessoas que as procuram. Todos podemos ganhar. E se trabalharmos juntos, num estado de cooperação e harmonia, o mundo inteiro tornar-se-á um lugar melhor. Mas lutar constantemente para derrotar a concorrência gera um stresse tremendo. Cais na ratoeira de desempenho e começas a pensar que só serás admirado se venceres. O que cria um padrão de acção interessante nas nossas vidas.
 - Qual?
 - Criamos a obsessão de sermos melhores do que os outros. Tornamo-nos uma espécie de animais de circo a desempenhar as nossas funções, na esperança de receber o aplauso dos outros. Calculamos o nosso valor pessoal com base nos elogios que recebemos das pessoas que nos interessam e, por conseguinte, não paramos de exigir mais e mais de nós. Mas nada é suficiente, quando se vive assim. Alcançamos um grande objectivo, mas estamos tão atarefados a trepar essa imaginária escada do sucesso que não conseguimos ter prazer na nossa conquista. Nunca nada é suficiente, quando se vive dessa maneira. Nunca nada é suficientemente bom, porque temos de ser sempre o número um em tudo o que fazemos." - Robin Sharma

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