sexta-feira, 29 de maio de 2015



"Como é fácil destruirmos aquilo que amamos! Com que rapidez se levanta uma barreira a separar-nos, seja ela uma palavra, um gesto, um sorriso! O estado de saúde, o estado de espírito e o desejo lançam sombras, e aquilo que era luminoso torna-se mortiço e opressivo. Desgastamo-nos através do que fazemos, e aquilo que era nítido e claro vai ficando entediante e confuso. Através da fricção constante, do querer e da frustração, aquilo que era belo e simples passa a estar assustado e apreensivo. O relacionamento é complexo e difícil, e poucos saem dele ilesos. Embora gostássemos que fosse uma coisa estática, resistente, contínua, o relacionamento é um movimento, é um processo que tem de ser profunda e totalmente compreendido, e não forçado a adaptar-se a um padrão interior ou exterior. O ajustamento, que constitui a estrutura social, perde o seu poder e autoridade quando existe amor. O amor no relacionamento é um processo purificador porque revela os caminhos do «eu». Sem tal revelação, o relacionamento tem pouco significado.
Mas lutamos tanto contra essa revelação! A luta assume várias formas: dominação ou subserviência, medo ou esperança, ciúme ou aceitação. A dificuldade está em que nós não amamos; e, se amamos, queremos que isso funcione de uma determinada forma, não lhe damos liberdade. Amamos com as nossas mentes, e não com os nossos corações. A mente pode modificar-se a si mesma, o amor não. A mente pode tornar-se invulnerável, o amor não; a mente pode sempre isolar-se, ser exclusiva, tornar-se pessoal ou impessoal. O amor não pode ser comparável nem delimitado." - J. Krishnamurti

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