domingo, 24 de maio de 2015



"Prémio e castigo só existem quando está ausente a humildade. A humildade não é produto de práticas espirituais ou de renúncias. A humildade não é algo que se atinge, não é uma virtude que se cultive. A virtude que é cultivada deixa de ser virtude, pois passa a ser uma outra forma de aquisição, um recorde a atingir. A virtude cultivada não é a negação do «eu», mas sim a afirmação negativa do «eu».
A verdadeira humildade desconhece a divisão entre o superior e o inferior, entre mestre e discípulo. Enquanto houver uma divisão entre o mestre e o discípulo, entre a realidade e nós mesmos, a compreensão não é possível. Na compreensão da Verdade não há nenhum mestre e nenhum discípulo, não há o que vai à frente nem o que está atrasado. A Verdade é a compreensão de o que é, momento a momento, sem o fardo ou o resíduo do momento que passou. 
Se o mestre existe ou não, que importa isso? Só é importante para quem explora os outros, para as escolas e sociedade secretas; mas para o homem que procura a Verdade que traz suprema felicidade, certamente que a questão é completamente irrelevante. O homem rico e o trabalhador assalariado são tão importantes como o mestre e o discípulo. Se os mestres existem ou não, se há distinções entre iniciados e discípulos, isso não é importante; o importante é cada um compreender-se a si mesmo. Sem autoconhecimento, o pensamento - o instrumento com que se raciocina - não tem base alguma. Sem primeiro nos conhecermos, como podemos nós saber o que é verdadeiro? Quando não há autoconhecimento, é inevitável a ilusão. É uma infantilidade quando alguém nos diz que somos isto ou aquilo. Cuidado com quem nos oferece uma recompensa, neste mundo ou no próximo!" - J. Krishnamurti 

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