quarta-feira, 17 de junho de 2015



"Neste mundo, a verdade é relativa; está sempre a mudar, porque vivemos num mundo de ilusões. O que é verdade agora deixa de o ser daqui a pouco. E pode voltar a ser verdade. No inferno, a verdade também pode não passar de um conceito, de outra mentira que pode ser utilizada contra ti. É muito complicado, porque o nosso próprio sistema de negação é muito forte e poderoso. Há verdades a cobrir mentiras e mentiras a cobrir verdades. É como descascar uma cebola: vais descascando a verdade, até, por fim, abrires os olhos e perceberes que todas as pessoas, incluindo eu, mentem continuamente.
Não acredites em mim, não acredites em ti próprio e não acredites em mais ninguém. Ao não acreditares, farás tudo o que não for verdade esfumar-se neste mundo de ilusão. Tudo é como é. Não tens de justificar nem de explicar o que é verdade. A verdade não depende do apoio de ninguém. As tuas mentiras dependem de ti. Tens de criar uma mentira para sustentar a primeira mentira, outra mentira para sustentar essa e mais ainda para suportar todas elas. Crias uma enorme estrutura de mentiras e, quando a verdade aparece, tudo se desmorona. Mas é mesmo assim. Não tens de te sentir culpado por mentires.
Se deixarmos de acreditar nelas, as mentiras que sustentamos dissipam-se quase todas. O que não é verdade não sobrevive ao cepticismo, enquanto a verdade lhe sobrevive sempre. A verdade é a verdade, acredites ou não. O teu corpo é feito de átomos. Não tens de acreditar nisso. Acredites ou não, é verdade. O universo é feito de estrelas; é verdade, acredites ou não. Só a verdade sobrevive, incluindo os conceitos que tens acerca de ti próprio.
Na infância não podíamos escolher em que acreditar ou não acreditar. Agora, já não é assim. Na idade adulta, podemos fazer escolhas. Podemos acreditar ou não acreditar. Podemos até acreditar naquilo que quisermos, mesmo que não seja verdade. Podes escolher como viver a tua vida. E, se fores sincero contigo, saberás que tens toda a liberdade para fazer novas escolhas. 
Se estivermos dispostos a ver pelo olhar do amor, poderemos discernir algumas mentiras e abrir as feridas. Não obstante, as feridas estão cheias de veneno." - Don Miguel Ruiz

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