sexta-feira, 18 de setembro de 2015



"Não sei a cor dos teus olhos, o som da tua voz, o toque da tua pele. Não conheço a tua idade, o lugar onde vives, de que te alimentas. Não posso adivinhar quem amas ou amas-te, se sofres de alguma irrecuperável doença, quais as paisagens que preferes, que música ouves. Sei que espero todos os dias uma ou duas frases que me permitam continuar a respirar neste mundo. Ao que parece foi um acaso, o que não se deixa explicar, o que acontece sem propósito. Não acredito na tese conspirativa de um técnico informática que sustenta que invadiste o meu sistema com um simples ponto entre um endereço que já existia. É verdade que escrevi todos os dias para outra pessoa e só depois vim a saber que era para ti. Podia ter parado, mas já era tarde. O pânico de não conseguir escrever mais sem o alento das tuas incisivas frases. Perfeita adequação das palavras. Rigorosa economia das palavras. Puro prazer na exaltação dos verbos. Houve dois dias em que não me respondeste. Foram dias em que não escrevi uma palavra." - Pedro Paixão 

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