sábado, 5 de setembro de 2015



"Uma gargalhada é o som mais bonito que existe à face da Terra. Quando ela soa no coração das pessoas, ecoa nas outras e tem sempre o efeito de as ajudar a sentirem-se mais próximas, a sentirem-se compreendidas e apreciadas. É como um pequeno duche de amor, uma bolha de felicidade que não se pode impedir de rebentar. Ela tem origem na paz, passa por um alívio na forma de estar e explode naturalmente. Uma natureza gentil não oferece resistência ao humor, porque vê a inocência que existe no mundo e não sente necessidade de o conter.
O verdadeiro humor é um manancial contínuo de felicidade, que as crianças têm amiúde. Você pode vê-lo com frequência nos olhos delas aguardando a desculpa mais fútil para o extravasar.
Obviamente, o humor não se restringe apenas às histórias, a dar respostas, a ser-se espirituoso. E raramente se encontra na troça e nas perguntas. Pode ser puro e abundante sem sequer tomar as formas convencionais. A noção de humor do ego requer que você compreenda o significado e que concorde com ele, rindo. E aqueles que não se riem não têm «sentido de humor». Isto é, claramente, uma outra maneira de comparar e julgar. O verdadeiro humor não se resume a um mero som na garganta. E nunca choca ou abala, nem faz com que as pessoas se sintam excluídas e tensas. Onde é que está a graça disso?
Muitas vezes, perdemos o sentido de humor à medida que os anos passam e os problemas se acumulam. As nossas pequenas anedotas baseiam-se cada vez mais na separação e são sofisticadas e amargas. Para onde é que foi a criança? Perdeu-se no medo e na seriedade. Aquilo que o ego não consegue perceber é que a felicidade não é frívola - a felicidade é séria. 
Se ao menos soubéssemos evitar que as coisas se tornassem tão reais, o mundo dançaria diante de nós porque olharíamos para ele com olhos que dançam. Isto ainda é possível. Nós não vamos mudar o mundo. E há alguém que queira realmente ser tão arrogante? Não é suficiente ajudarmos aqueles que podemos ajudar?
Porque é que tantos adultos sorriem quando uma criança - qualquer criança - entra numa sala? Claro que há muitos que não sorriem, mas provavelmente aqueles que sorriem não esqueceram completamente a mente da criança, a maneira boa e saudável como uma criança muitas vezes se sente e reage. Portanto, seja um pouco divertido, um pouco descontraído, um pouco desprevenido. Volte à sua gentileza inerente e olhe com bondade para o mundo. O mundo é de facto um lugar divertido. É um filme dos irmãos Marx, no qual nada pode correr bem. Por isso, descalce os sapatos, recoste-se na cadeira e aprecie o absurdo que existe no mundo. Torne-se uma criança pequena. Não é necessário mais nada para se ser feliz." - Hugh Prather  

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