sábado, 26 de setembro de 2015



"Usar a nossa capacidade de estarmos bem-dispostos é uma das muitas maneiras pelas quais podemos eliminar os poluentes da nossa mente. O riso é puro desprendimento. O riso verdadeiro - o que nos faz sentir mais próximos e não mais separados e desconfortáveis - liberta-nos instantaneamente da ansiedade, do desânimo e de todos os estados fragmentados. Apesar disso, a maior parte das pessoas pensa que tem de ser surpreendida para se rir. O riso pode ser escolhido por qualquer um de nós, em qualquer momento; é um verdadeiro «dom de espírito».
Vemos, olhando para as crianças pequenas, que todos nós vimos ao mundo exercendo naturalmente a capacidade de nos desprendermos através da alegria e do divertimento. As crianças pequenas não se riem duas vezes mais do que um adulto, mas sim trinta e cinco vezes mais! As crianças são predispostas ao riso e à diversão. Por este motivo, as crianças podem muitas vezes evitar que os pensamentos perturbadores cheguem a dominar as suas mentes. Geralmente, elas mudam de forma instintiva o foco da sua atenção de algo que provoca sofrimento para algo que as delicia.
«Não me sinto animado» é uma atitude dominante na maioria dos adultos, aparentemente, por boas razões. Suponhamos que tem como tarefa recolher o lixo todo e deitá-lo no contentor - quinze minutos da sua vida que não serão citados durante o seu serviço fúnebre; quinze minutos que não o levarão à fortuna. à fama, a uma saúde melhor ou ao êxtase. É óbvio que a maior parte dos dias dos adultos são passados precisamente neste tipo de actividades de pouco valor: conduzir, levantar a mesa, ir à casa de banho, abastecer a despensa, vestir-se, despir-se, esperar nas filas, conversar sobre coisas que realmente não lhes interessam com pessoas de quem não gostam realmente.
Existem muito poucas experiências «inesquecíveis» e, em retrospectiva, até mesmo estas são questionáveis. As metas e os sonhos que a maioria das pessoas define, mesmo que se realizem, ocupam uma fracção minúscula dos inúmeros momentos das suas vidas. Se alcançar a realização depende destes picos elevados tão passageiros, estamos, de facto, condenados a vidas aborrecidas e sem momentos de alegria. Um olhar de relance à nossa volta mostra-nos precisamente que este tipo de vida é a que a grande maioria das pessoas parece levar. Elas não estão predispostas para se sentirem divertidas com nada, porque vermos a vida com olhos de desânimo está tão profundamente enraizado que virtualmente não há nada que nos possa fazer sorrir." - Hugh Prather 

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