sábado, 10 de outubro de 2015



"Temos tendência para tirar conclusões precipitadas acerca de tudo. O problema de tirarmos conclusões precipitadas é acreditarmos nessas conclusões. Podíamos jurar que são verdadeiras. Podíamos jurar que correspondem à realidade. Tiramos conclusões acerca do que pensam ou fazem as outras pessoas - levamos a peito -, culpamo-las e reagimos, lançando-lhes veneno com a nossa palavra. É por isso que tirar conclusões precipitadas só traz problemas. Concluímos que uma coisa é de determinada maneira, enganamo-nos, levamos a peito e acabamos por fazer uma tempestade num copo de água.
Toda a tristeza e todos os dramas que viveste na tua vida tiveram origem nas conclusões precipitadas e nas coisas que levaste a peito. Pára um momento para pensares na verdade desta afirmação. Toda a guerra pelo controlo entre seres humanos gira à volta das conclusões precipitadas e de se levar a peito.
Só vemos o que queremos ver e ouvimos o que queremos ouvir. Não vemos as coisas tal como elas são. Temos o hábito de sonhar sem base na realidade. Literalmente, inventamos  coisas na nossa imaginação. Quando não compreendemos alguma coisa, tiramos conclusões precipitadas e, quando a verdade vem a lume e rebenta a bolha do nosso sonho, percebemos que estávamos redondamente enganados. 
Tirar conclusões precipitadas nas relações só traz problemas. Temos tendência para achar que os nossos companheiros sabem o que nos vai na alma e, portanto, não lhe dizemos o que queremos. Presumimos que nos conhecem suficientemente bem para fazer o que desejamos. Senão o fizerem, ficamos sentidos, porque partimos do princípio que tinham esse dever, e dizemos: "Tinhas obrigação de saber."
Em qualquer tipo de relação é fácil partir do princípio de que as pessoas adivinham os nossos pensamentos e sabem o que queremos. Achamos que vão fazer o que queremos porque nos conhecem tão bem. Quando isso não acontece, quando não fazem o que presumimos ser a sua obrigação, ficamos sentidos e pensamos: "Como pudeste fazer isso? Tinhas obrigação de saber." Mais uma vez, presumimos que o outro sabe o que queremos. Fazemos um drama enorme na nossa cabeça por causa dessas conclusões e depois tiramos ainda mais conclusões.
É muito interessante observar o funcionamento da mente humana. Precisamos de justificar, explicar e entender tudo, para nos sentirmos seguros. Há muitas coisas que a mente racional é incapaz de explicar e, por isso, formulamos milhões de perguntas que carecem de respostas. Não interessa se as respostas estão certas ou erradas; a resposta por si só traz-nos segurança. E é por isso que tiramos conclusões precipitadas." - Don Miguel Ruiz

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