sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017





"Podemos mentir, perder constantemente as chaves, protelar, roer as unhas, batalhar para ser pontual, ressonar, mexer no cabelo, beber demasiado café ou fumar vinte cigarros por dia.

A maior parte das pessoas, ao ler esta lista, identifica-se com pelo menos um dos exemplos, se não com todos! Todos esses hábitos, além das centenas que não referi, podem ser irritantes e até funcionar em detrimento da saúde a longo prazo, mas parecem suavizar a tensão no imediato. Quando nos sentimos tensos, tristes ou zangados, uma sessão de cigarros ou de unhas roídas ajuda a aliviar o stress provocado pelas emoções, mesmo que depois nos arrependamos de o fazer. Teremos de o admitir, se tivermos que subir cinco andares a pé depois de fumar um cigarro, ou de esconder as mãos durante um encontro amoroso depois de uma sessão  enérgica de roer as unhas. 

No entanto, continuamos a repetir os mesmos comportamentos prejudiciais e sem sentido, raramente questionando a razão porque o fazemos. Mesmo a ameaça de perder o emprego, uma relação íntima, a saúde ou o respeito dos outros, raramente nos convence a mudar.

Todos repetimos comportamentos que nos fazem mal, quer a nível emocional, mental, espiritual ou físico. Os que reconhecem os seus hábitos prejudiciais não devem sentir-se sozinhos. Talvez não mastiguem coisas, alimentem vícios ou desvios sexuais. Mas, antes de puxarem o brilho às auréolas, perguntem ao vosso parceiro, amigos, familiares ou colegas de trabalho quais são os vossos hábitos e pode ser que tenham uma grande surpresa!

Talvez sejam completamente alheios ao facto de falarem alto de mais, coçarem as virilhas enquanto estão a pensar, fungarem muitas vezes ou brincarem com o cabelo. Mesmo que os seus hábitos não sejam tão óbvios como o tabaco, os narcóticos ou a bebida, pode ser que precise de deitar três colheres de açúcar no chá, ache difícil resistir ao chocolate ou esteja viciado em ser doce e educado em vez de verbalizar a raiva que realmente sente.

Por que será que o comportamento habitual é tão intrínseco à nossa existência? E que propósito serve? Até agora, sempre ignorámos, negámos ou menosprezámos os nossos hábitos, mas, quanto mais sabemos sobre as ligações da mente e do corpo, mais temos que reconhecer a relação entre o que fazemos fisicamente e o que sentimos emocionalmente." - Ann Gadd

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