sexta-feira, 21 de abril de 2017
"Conhecermo-nos constitui o primeiro passo a dar, se quisermos deixar de pedir aos outros que observem as nossas vidas.
Conhecermo-nos consiste em reservarmos tempo para olharmos para dentro de nós, para nos ligarmos àquilo em que acreditamos, em que pensamos, que sentimos e que somos, independentemente do que agradaria aos outros.
Conhecermo-nos é começar pelo princípio. Pela primeira daquelas três perguntas existenciais que acompanham o Homem desde tempos imemoriais e que surgiram em todas e em cada uma das culturas ancestrais:
Quem sou?
Onde vou?
Com quem?
Se não começarmos por nos conhecer, será impossível sabermos quem somos, reconhecermo-nos nos nossos actos e assumirmos a responsabilidade por cada um deles. Nunca saberemos com clareza qual é o limite entre o interior e o exterior.
Se nos desejamos verdadeiramente conhecer, devemos aprender a olhar-nos com coragem, decidindo simplesmente ser, mesmo correndo o risco de nos perdermos por um momento.
Só deste modo conseguiremos que apenas o interior nos defina. Uma tarefa por si só difícil, sobretudo se tentarmos realizá-la sem nos afastarmos dos outros, sem renunciarmos aos seus grupos sociais, familiares ou laborais. Que fique claro que isso não significa ignorar as outras pessoas nem escusarmo-nos a ouvir as suas opiniões, entre outras coisas, porque reconheço que necessitamos do seu olhar para completarmos a nossa percepção de nós próprios, para vermos todos os aspectos situados em pontos cegos ao nosso olhar. Mas significa, isso sim, não nos condenarmos a andar pelo mundo perguntando aos outros quem somos ou como deveríamos ser.
Mas não deveríamos nós colocar a vertente social antes da individual?
Actualmente, e correndo o risco de ser acusado de individualismo, continuo a defender que seria muito benéfico para o bem-estar comum se cada pessoa começasse por se ocupar do seu próprio desenvolvimento, mesmo que o fizesse apenas para ajudar o próximo da maneira mais adequada, justa e eficaz possível." - Jorge Bucay
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