sexta-feira, 9 de junho de 2017





"Se disser a uma pessoa que a ama e essa pessoa disser: "Bom, eu não te amo", isso é razão para você sofrer? Apenas porque alguém o rejeita, não significa que tenha que se rejeitar a si próprio. Se uma pessoa não o ama, alguém mais o há-de amar. Há sempre mais alguém. E é melhor estar com alguém que queira estar consigo do que estar com alguém que tenha de estar consigo.

Tem de se concentrar no mais belo relacionamento que possa ter: o relacionamento consigo. Não se trata de ser egoísta; trata-se de amor-próprio. Não é a mesma coisa. Você é egoísta consigo, porque não há aí amor. Tem de amar-se a si próprio e o amor crescerá cada vez mais. Então, quando iniciar um relacionamento, não entra nele por precisar de ser amado. Ele torna-se uma escolha. Pode escolher alguém se quiser e consegue ver quem ele realmente é. Quando não precisar do seu amor, não precisa de mentir a si próprio.

Você é completo. Quando o amor sai de si, você não procura o amor por ter medo de estar só. Quando tem todo esse amor para si, pode estar sozinho sem que haja problemas. Sente-se feliz por estar sozinho e partilhar também é divertido. 

Se eu gostar de si e sairmos juntos, será porque queremos ser ciumentos, porque tenho necessidade de o controlar ou porque você tem necessidade de me controlar? Se é para ser assim, não tem graça. Se for para ser criticado ou julgado, se for para me sentir mal, então, não muito obrigado. Se for para sofrer, talvez seja melhor estar só. Será que as pessoas se juntam para fazer um drama, para se possuírem umas às outras, para se castigarem umas às outras, para serem salvas? Será realmente por isso que se juntam? Claro que temos todas essas hipóteses. Mas o que é que realmente procuramos?

Quando somos crianças - com cinco, seis ou sete anos de idade - somos atraídos para outras crianças, porque queremos brincar, queremos divertir-nos. Não passamos tempo com outra criança porque queremos lutar ou fazer um grande drama. Isso pode acontecer, mas é de pouca duração. Apenas continuamos a brincar, a brincar. Quando nos saturamos, mudamos o jogo, mudamos as regras, mas exploramos o tempo todo.

Se entrar num relacionamento para fazer drama, porque quer ser ciumento, porque quer ser possessivo, porque quer controlar a vida da sua companheira, não está a procurar divertir-se, está à procura de sofrimento e é isso que vai encontrar. Se entrar num relacionamento com egoísmo, esperando que a sua companheira o vá fazer feliz, isso não acontecerá. E não é por culpa dessa pessoa; é por sua própria culpa.

Quando entramos num relacionamento de qualquer natureza, é porque queremos partilhar, queremos desfrutar, queremos divertir-nos, não queremos entristecer. Se procuramos uma companheira, é porque queremos brincar, queremos ser felizes e gozar o que somos. Não escolhemos uma companheira apenas para dar todo o nosso lixo a essa pessoa que dizemos amar, para lançar sobre ela todo o nosso ciúme, toda a nossa raiva, todo o nosso egoísmo. Como é que alguém poderá dizer-lhe: "Eu amo-te", e depois maltratá-lo e abusar de si, humilhá-lo e desrespeitá-lo? Essa pessoa pode dizer que o ama, mas será isso realmente amor? Quando amamos, queremos o melhor para aqueles que amamos. Porquê lançar o nosso lixo sobre os nossos próprio filhos? Porquê abusar deles por estarmos cheios de medo e veneno emocional? Porquê culpar os nossos pais pelo nosso próprio lixo?

As pessoas aprendem a tornar-se egoístas e a apertar muito os seus corações. Estão carentes de amor, sem saber que o coração é uma cozinha mágica. O seu coração é uma cozinha mágica. Abra o seu coração. Abra a sua cozinha mágica e recuse-se a deambular mendigando amor. No seu coração está todo o amor de que necessita. O seu coração pode criar qualquer quantidade de amor, não só para si próprio, mas para todo o mundo. Você pode dar o seu amor sem condições; pode ser generoso com o seu amor, porque possui uma cozinha mágica no seu coração. Então, todas aquelas pessoas esfomeadas que acreditam que o coração está fechado, irão querer estar sempre perto de si por causa do seu amor.

O que o faz feliz é o amor saindo de si. E se for generoso com o seu amor, todos o irão amar. Nunca estará só, se for generoso. Se for ciumento, estará sempre sozinho e não haverá ninguém para culpar a não ser você. A sua generosidade abrirá todas as portas, não o seu egoísmo.

O egoísmo vem da pobreza no coração, da crença de que o amor não é abundante. Tornamo-nos egoístas, quando acreditamos que talvez amanhã não tenhamos comida. Mas, quando sabemos que o nosso coração é uma cozinha mágica, somos sempre generosos e o nosso amor é completamente incondicional." - Don Miguel Ruiz

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