quinta-feira, 29 de junho de 2017






"Trabalhamos muito para que nada falte à nossa família, mas frequentemente falta-lhe aquilo de que mais necessita: um pai, uma mãe ou um cônjuge. Confundimos os meios com os fins: o prazer com a posse, o medo com o respeito, a fama com a glória, a popularidade com a transcendência e a submissão com o amor.

Um poema antigo diz-nos que cada coisa, cada atitude, cada acção constitui um risco que todos corremos. Rir é um risco, chorar é um risco, fazer coisas novas é um risco, amar é um risco, comer aquilo de que mais gostamos é um risco e viajar de avião também é um risco. Mas o poema também refere que o maior de todos os perigos é querer viver a vida sem correr qualquer risco.

O próximo passo do nosso caminho é, portanto, decidirmo-nos a correr alguns riscos. E sobretudo avaliar os riscos que corremos. Não é sensato pensar que aquilo que lhe proponho é que se atire do décimo andar para a rua, nem que o incito a apostar dinheiro num cavalo, a ter relações sexuais sem protecção ou a experimentar drogas.

Disse e repito que temos muito que aprender e muita gente com quem aprender.

Afirmo hoje que podemos certamente aprender sempre alguma coisa com qualquer pessoa.

Afirmo hoje que não devemos pretender aprender tudo com uma determinada pessoa.

Afirmo hoje, mesmo que possa parecer estranho, que há coisas que mais vale não aprender.

Estou a propor-lhe que corra riscos que foram calculados e que ponha de parte atitudes e comportamentos cujas possíveis consequências não justifiquem o risco que correu e cujo benefício máximo não compense o prejuízo ao qual se expõe.

É arriscado atirar-se para a piscina

sem saber se esta tem água,

mas às vezes é necessário fazê-lo.

Porém, é sempre um disparate absurdo atirar-se

sem sequer saber se existe uma piscina." - Jorge Bucay

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