quinta-feira, 17 de agosto de 2017





"Quando deixamos de ter tempo para os prazeres simples da vida... desperdiçamos o objectivo da própria vida."

Ed Hays


"Uma das imagens mais fortes e persistentes que me ocorrem em relação à minha vida é aquela em que me vejo como um homem idoso, que se levanta bem cedo numa manhã e chega à conclusão - nessa alvorada cinzenta e fria - de que "desperdiçou" a sua vida. Nessa visão, tenho perfeita consciência de não ter estado desperto, de não me ter apercebido dos prazeres que desejava realmente e de ter tido receio de arriscar. Seria um momento de enorme tristeza.

A visão é assustadora mas o meu receio vai gradualmente diminuindo à medida que vou aproveitando o tempo, ao longo dos dias e anos, para restabelecer a ligação comigo mesmo. Por isso, procuro penetrar nessa imagem e passar algum tempo com ela, inquirir o que pretende de mim e aquilo que tem para me dar.

Não sou o único que manifesta este receio de perder alguma coisa importante. Jack Kornfield faz uma declaração similar: "Sempre que caminhar, comer ou viajar, procure estar presente no momento. Em caso contrário, desperdiçará grande parte da sua vida."

Ronald Dahl é médico e pai. Num artigo publicado recentemente na Newsweek sobre o ritmo de vida e sua inquietação com implicações que pode ter no nosso bem-estar, escreveu o seguinte: "Apercebi-me de que tenho receio de estar a perder alguns capítulos da sua infância [dos filhos] no decurso da minha vida frenética e super-atarefada."

Dá ideia de que ele também deve ter tido uma visão assustadora: acordar uma bela manhã e aperceber-se de que os filhos partiram, ou pior ainda, de que nem sequer os conhece.

Considere o que significa para si a expressão "desperdiçar a vida". Quais são as coisas que mais lamentará não ter podido assistir ou não ter feito? Como pode começar a viver de forma a estar presente naquilo que é mais importante para si?" - David Kundtz

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