domingo, 22 de fevereiro de 2015



"Numa sociedade de consumo como a nossa, o nosso nível de satisfação acabará logicamente por ser definido por comparação entre o que temos e o que o outro possui. Sem pensarmos, vivemos a olhar em nosso redor, comparando-nos com os outros até ao ridículo. 
Por vezes parece que, por muito que se consiga possuir, a quantidade não será suficiente se o vizinho, um dos sócios ou um primo afastado tiver um pouco mais.
No seu tratado sobre o bem-estar humano actual, H. L. Mencken zomba desta falta de tino quando define o homem verdadeiramente satisfeito com o seu salário dizendo que é «alguém que ganha 100 dólares mais do que o cunhado».
Existe saída? Naturalmente, rebelar-se contra o que nos incutem.
Deixar de olhar para a milanesa do prato do vizinho quando nos servem a nossa. A nossa pode satisfazer-nos ou não, mas isso não deveria depender de como é a milanesa do outro.
Se na verdade não desejamos viver num mundo repleto de expectativas, não podemos viver a comparar-nos.
Não podemos avaliar o que temos com base no que o outro possui.
Não podemos ficar loucos por conseguir o que o outro conseguiu.
Não podemos permitir que a nossa realização pessoal dependa dos êxitos alheios e não podemos deixar que a escolha dos outros, por sofisticada e atractiva que pareça, seja aquilo que determina o nosso próprio rumo." - Jorge Bucay

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