terça-feira, 12 de maio de 2015



"Ela tinha acabado por compreender aquilo que o viajante solitário de longa distância acaba por saber ao fim de meses na estrada - que, com o tempo, uma viagem deixa de ser um interlúdio de distracções e desvios, de busca de vistas, de procura de prazeres, e torna-se uma séries de incoerências, desistindo-se do conforto, abandonado-se ou sendo-se abandonado pelos amigos, passando o tempo em sítios obscuros, acostumado ao conceito de atraso, uma vez que a viagem em si era uma sucessão de atrasos.
Resolver problemas, descobrir refeições, comprar roupa nova e dar as velhas, lavar a roupa, comprar bilhetes, vasculhar hotéis baratos, estudar mapas, estar sozinho mas não solitário. Não tinha que ver com felicidade mas com segurança, com achar serenidade, fazer descobertas em toda esta locomoção e uma serenidade igual quando tivesse um sítio onde pernoitar, como uma ave de passagem a migrar lentamente numa sequência de voos." - Paul Theroux

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