quarta-feira, 27 de maio de 2015



"O comboio era a única maneira eficaz de entrar e sair de Tabora. O caminho-de-ferro era o elo de ligação entre esta cidade - de bom tamanho, mas em ruínas - e a capital, situada a mil e duzentos e quilómetros de distância. Décadas de negligência tinham deixado as estradas da Tanzânia em péssimo estado, muitas delas inutilizáveis. As excepções eram, como sempre, as estradas para turistas. É muito natural que os palermas dos safaris, que andam de calças de equitação de caqui e capacete, e atravessam o país de Land Rover para irem espantar-se com os javalis na cratera do Ngorongoro, se maravilhem com a modernidade da Tanzânia - óptimos hóteis, estradas excelentes, vida animal em grande forma. Mas um pescador sukuma que deseje descer a Shinyanga - que fica apenas a cem quilómetros de distância - para vender o peixe que apanhou terá grande dificuldade em encontrar uma estrada transitável, já para não para falar de um veículo, e é-lhe impossível chegar a Tabora, excepto por meio deste comboio do mato." - Paul Theroux

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