quinta-feira, 14 de maio de 2015



"Tal como muitos condutores, eu também costumava aborrecer-me sempre que «falhava» um sinal. Chegava a imaginar ajustes de contas com o tipo que circulava à minha frente apenas à velocidade máxima permitida e me deixava «pendurado» atrás da luz vermelha. Mas não, eu não ficava nesse estado por estar a tentar chegar à maternidade com a minha mulher prestes a dar à luz; esse era o meu estilo de condução.
Um dia, porém ouvi Thich Nhat Hanh, um brilhante monge budista, dizer que adorava luzes vermelhas e engarrafamentos, porque lhe proporcionavam a oportunidade de respirar profundamente e agradecer. 
Agradecer? Engarrafamentos e luzes vermelhas? Demorei algum tempo a compreender, mas penso que se trata de agradecer pela pausa, por termos um momento para nós, e, com ele, a oportunidade de recuperar uma tranquilidade consciente no meio de uma vida de azáfama constante. Entretanto, também descobri que muitas pessoas com vidas extremamente atarefadas têm hábitos semelhantes, e aproveitam não só as luzes vermelhas dos semáforos, como também os momentos de espera ao telefone, ou num elevador que pára em todos os andares. Essas pessoas sentem que os vário tipos de pausas constituem uma oportunidade para, por momentos, se libertarem de uma vida de actividade ininterrupta e se virarem um pouco para o interior. A melhor forma de fazer isto é respirando lenta e profundamente. Em vez de praguejar contra o universo pelo facto de colocar tantos obstáculos no seu caminho, agradeça ao destino essas pausas tão necessárias.
Hoje em dia, também tiro partido dos meus encontros com as pessoas difíceis com quem tenho de contactar regularmente. Quando vejo que se aproximam, ou quando me encaminho para ir ao seu encontro, faço uma pequena pausa para respirar. Por vezes chego a fazê-lo na sua presença - a vantagem de respirar para me acalmar é que as pessoas pensam que estou apenas a respirar.
Respirar algumas vezes, lentamente, a partir do abdómen, faz com que os seus ombros se descontraiam, os seus pensamentos se suavizem, e, vai ser invadido por uma onda de bem-estar. Ora este estado é o ideal quando temos de lidar com pessoas difíceis e é de tal forma agradável que pode dar por si a ansiar por um desses encontros, ou pelas luzes vermelhas dos semáforos, ou pelos engarrafamentos." - Richard Carlson

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