terça-feira, 16 de junho de 2015



"Como estamos presos ao passado! De facto, não estamos presos ao passado: somos o passado. E o passado é uma coisa complicada, com níveis e mais níveis de memórias não digeridas, umas agradáveis, outras feitas de mágoas. O passado persegue-nos dia e noite, e, ocasionalmente, há um interregno, que nos revela uma luz muito brilhante. O passado é como uma sombra que torna as coisas tristes e apagadas; nessa sombra, o presente perde a sua claridade, a sua frescura, e o amanhã é a continuação da sombra. O passado, o presente e o futuro estão atados uns aos outros pelo fio da memória; esse feixe é memória, com muito pouca fragrância. O pensamento move-se do presente para o futuro, regressando depois ao presente; como um animal irrequieto atado a um poste, move-se dentro do raio permitido pela corda, curto ou mais comprido; mas jamais se liberta da sua própria sombra. Este movimento é a ocupação da mente com o passado, com o presente  e com o futuro. A mente é a ocupação. Se a mente não estiver ocupada, ela cessa de existir; a própria ocupação é a sua existência. A ocupação com o insulto e com o elogio, com Deus e com a bebida, com a virtude e com a paixão, com o trabalho e com a expressão, com o armazenar e com o dar, tudo isto é a mesma coisa; é ocupação, é aflição, é agitação. Estar ocupado com alguma coisa, seja com a mobília ou com Deus, é um estado de mediocridade, de superficialidade." - J. Krishnamurti 

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