sexta-feira, 19 de junho de 2015



"Conhecimento é condicionamento. Conhecimento não dá liberdade. Podemos saber construir um avião e fazê-lo voar até ao outro lado do mundo em poucas horas, mas isto não tem nada a ver com liberdade. O conhecimento não é um factor criativo, pois ele é contínuo, e aquilo que tem continuidade nunca pode levar ao implícito, ao imponderável, ao desconhecido. O desconhecido nunca pode ser vestido com o conhecido; o conhecido move-se sempre em direcção ao passado; o passado está sempre a ensombrar o presente, o desconhecido. Sem liberdade, sem a mente aberta, não existe compreensão. A compreensão não chega com o conhecimento. No intervalo entre as palavras, entre os pensamentos, está a compreensão; esse intervalo é silêncio inquebrável pelo conhecimento, é o que está aberto, o imponderável, o implícito.
Que vergonha sentimos se dissermos que não sabemos! Tapamos o facto de não sabermos com palavras e informação. Na verdade, não conhecemos a nossa mulher, o nosso vizinho; mas como poderia isso acontecer, se não nos conhecemos a nós mesmos? Possuímos montes de informação, de conclusões, de explicações acerca de nós mesmos, mas não damos atenção ao que é, ao implícito. Explicações, conclusões, apelidadas de «conhecimento», são um obstáculo à experienciação de o que é. Sem inocência, como pode existir sabedoria? Sem morrermos para o passado, como pode acontecer a renovação trazida pela inocência? Morrer momento a momento; morrer não é acumular; o experimentador tem de morrer para a experiência. Sem a experiência, sem o conhecimento, o experimentador não existe. Saber é, psicologicamente, ser ignorante; não saber é o começo da sabedoria." - J. Krishnamurti 

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