domingo, 20 de setembro de 2015



"Desprender-se do hábito de julgar e de controlar não tem contra-indicações. Que mal poderá fazer-lhe praticar a simplicidade de não ter de ser outra pessoa e de não ter de exigir que os seus amigos e familiares sejam também pessoas diferentes? Podemos atravessar a estrada sem nos tornarmos «peões», da mesma forma que podemos ir de automóvel para o trabalho sem nos tornarmos «condutores». Podemos passear o cão sem agirmos como seu «dono» e podemos estender a mão ao nosso filho sem nos tornarmos o seu «encarregado de educação».
Precisamos apenas de ser tal como fomos criados - espontâneos, presentes e livres. Não necessitamos de um estatuto, atitude ou biografia adicional. Que necessidade temos de fazer do dinheiro, formação académica, religião ou raça a bandeira da nossa verdade? Para quê afastarmo-nos dos outros, encolhidos sob os nossos traumas de infância como se estes fossem uma carapaça? A nossa infância já acabou. As diferenças que acumulámos são como uma camada de pó sobre a pele, e os membros da nossa família humana abrem-nos todos os dias os seus corações.
Se pudermos jantar fora sem nos tornarmos «fregueses», teremos uma oportunidade de ver a pessoa que nos serve como nosso igual. Se pudermos prestar um depoimento perante um júri sem agirmos como «cidadãos» que têm de se apresentar perante um «funcionário judicial», conseguiremos compreender como fazemos parte do mesmo todo com a pessoa que está diante de nós. A nossa identidade pode mudar como os reflexos distorcidos numa montra, ou permanecer a mesma, como a imagem querida de uma criança guardada para sempre no coração dos pais. 
Os que contribuíram de modo mais definitivo e duradouro para nos tornarmos quem somos atreveram-se a tomar o seu lugar entre iguais. O mundo contempla fascinado a vaidade do ego, mas só os que caminham ao nosso lado, em amor e igualdade, têm acesso ao nosso coração e nos transformam." - Hugh Prather

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