terça-feira, 15 de setembro de 2015



"Uma história tem de começar por algum lado. Era a primeira vez que nos víamos e ficámos logo abraçados. A voz é muito diferente de um corpo, não deixa ver quase nada. Pode ser terrivelmente excitante falar com quem não se conhece. Há uma liberdade que a presença física atrapalha, rouba. E nós não nos conhecíamos. É muito diferente irmos conhecendo as pessoas que vamos encontrando pelos mais diversos acasos do que incitar esse encontro, torná-lo incandescente. Não conhecer uma pessoa e começar a conhecê-la é algo que fazemos ligeiramente, sem pensar no passo que damos, nas consequências, nos insuspeitos perigos. Se assim não fosse a maior parte das vezes não o faríamos. As palavras sabem sempre mais do que nós. A partir de certa altura eu falava-lhe tudo o que me vinha à cabeça. Era uma corrente em que ia sem qualquer intuito de escapar à verdade ou esconder a mentira. Sexo é o lugar caótico onde nos queremos lançar para nos libertarmos do terrível jugo do tempo, onde o momento promete falsamente a eternidade." - Pedro Paixão

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