domingo, 4 de outubro de 2015



"Aconteça o que acontecer, não leves a peito. Se eu te vir na rua e te disser "és mesmo estúpido" sem sequer te conhecer, o problema não és tu e sim eu. Se levares o que te disse a peito, talvez seja porque te consideras estúpido. Talvez penses para contigo: "Como é que ele sabe? Será clarividente, ou será a minha estupidez assim tão óbvia?"
Se levares a peito é porque aceitas como verdade o que te disse. Ao aceitares essa verdade, o veneno entra em ti, encurralando-te no sonho do inferno. Deixas-te apanhar por aquilo a que chamamos importância pessoal. A importância pessoal ou levar as coisas a peito é a expressão máxima do egoísmo, porque presumimos que o mundo gira "à nossa volta". A nossa educação, ou domesticação, ensinou-mos a levar tudo a peito. Sentimo-nos responsáveis por tudo. Eu, eu, eu e sempre eu!
Sempre que levas qualquer coisa a peito, sentes-te ofendido e reages. Tentas defender as tuas crenças e crias conflitos. Fazes uma tempestade num copo de água, porque precisas de ter razão e mostrar que os outros todos é que estão errados. Além disso tantas a todo o custo ter razão, dando-lhes as tuas próprias opiniões. Da mesma maneira, aquilo que sentes e fazes não passa de uma projecção do teu sonho pessoal, um reflexo das tuas verdades. O que dizes, o que fazes e as opiniões que tens regem-se pelas verdades que elegeste - e essas opiniões nada têm que ver comigo. Não me importa o que pensas de mim e nem levo a peito as tuas opiniões. Não levo a peito se me disseres "És o maior" ou "És do pior". Sei que quando te sentires feliz me dirás: "És um verdadeiro anjo!" Mas quando estiveres furioso comigo, dirás: "Oh, és tão maléfico! És nojento. Como é que podes dizer essas coisas?" Seja como for, não me afecta, porque sei quem sou. Não preciso de ser aceite. Não preciso de ter alguém a dizer-me: "Estás a portar-te muito bem" ou "como te atreves a fazer isso!"
Não. Não levo nada a peito. Sei que o que pensas ou sentes é um problema teu e não meu. É a tua visão do mundo. Não é nada de pessoal, porque é contigo e não comigo. Cada um têm opiniões de acordo com o seu sistema de crenças, por isso nada do que pensarem de mim é mesmo sobre mim, mas sim sobre eles." - Don Miguel Ruiz

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