terça-feira, 24 de novembro de 2015



" «A felicidade consiste em valorizar o que tens.» - Hellen Keller

Outra característica comum das pessoas que se declaram felizes é a sua capacidade para valorizar e desfrutar daquilo que têm; a nossa consciência do valor daquilo que temos e que a vida nos dá, e das pequenas grandes alegrias desta. E não nos referimos à posse de bens materiais, que mais do que felicidade proporcionam conforto, bem-estar ou prazer. Pelo contrário, a felicidade parece emergir da tomada de consciência daquilo que é óbvio e que, precisamente por isso, negligenciamos: um bom estado de saúde, a companhia dos nossos afectos, uma boa conversa, ter o privilégio de trabalhar em algo de que gostamos.
Na Grécia Antiga havia um conceito que, infelizmente, caiu em desuso com o passar do tempo: obnosis. A obnosis faz referência àquilo que é óbvio e que paradoxalmente acaba por ser negligenciado. Um exemplo simples seria dizer que sem um ar respirável morreríamos ou ficaríamos doentes. Mas possivelmente só daremos valor ao facto de termos ar respirável no dia em que tivermos de pagar para respirar, quando os Estados financiarem as suas políticas ambientais através de um imposto que agrave o nosso «consumo» de ar como cidadãos. Porque é óbvio que, se não respirarmos, morreremos, mas por norma não nos damos conta disso. Talvez o dia em que nos apercebamos do valor dessa verdade negligenciada não esteja assim tão longe; quando os Estados do mundo tiverem de financiar políticas ambientais que depurem as enormes quantidades não só de dióxido de carbono mas de outros agentes contaminantes que lançamos continuamente na nossa atmosfera. 
Voltando à consciência como factor-chave para a felicidade, vale a pena abrir os olhos, aqui e agora, para nos apercebermos de tudo quanto nos rodeia e pelo qual nos podemos sentir felizes e agradecidos: desde o bater do nosso coração, da saúde do nosso corpo, da boa música de fundo que nos acompanha, da existência de um ser querido ou de um bom copo de água que sacia a nossa sede. Questões quotidianas repletas de valor.
Vale a pena darmo-nos conta disso e procurar cuidar destas pequenas grandes questões. Porque, sem dúvida, os conceitos de consciência, amor e felicidade andam sempre juntos. Já dizia o sábio alquimista Paracelso: «Quem conhece ama. E quem ama é feliz.»" - Alex Rovira    

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