segunda-feira, 30 de novembro de 2015




 «Quem não tem coragem encontra sempre uma filosofia que o justifica.» - Albert Camus

"Ouvimos frequentemente que os corajosos, os que arriscam, os que jogam e apostam por uma vida diferente, por criar novas circunstâncias cuja construção se prevê difícil, mesmo impossível, são uns loucos. Talvez a coragem não tenha nada a ver com a loucura. Provavelmente a coragem, mais que a ausência de medo, é a consciência de que há algo pelo qual vale a pena arriscar.
A coragem é força ao serviço do amor e da consciência. A coragem move-nos porque acreditamos que aquilo que queremos criar, mudar, construir, faz sentido. Faz tanto sentido que nos pode levar a suportar novos medos, a enfrentar dragões internos e externos, e partir numa viagem da qual regressaremos completamente transformados, ou porque conseguimos encarnar o desejo que nos levou a partir, ou porque, por detrás da aparente derrota, aprendemos algo novo que nos levará a ver com outros olhos a vida, os outros e até nós próprios. Seja como for, teremos crescido na viagem interior se formos capazes de fazer alquimia da dor e não nos deixarmos enlouquecer pelo êxito ou pela realização, se tivermos sido abençoados por estes.
Os nossos desejos e a nossa coragem andarão sempre de mão dada. O desejo convida-nos a crescer e a coragem faz-nos crescer. O primeiro é semente, é potência, é ideia; o segundo é acção, transformação, realidade. E nessa dança, o desenvolvimento espiritual e real que nos proporciona a coragem alimenta novos desejos numa espiral cada vez menos densa e mais subtil. A dança dos nossos desejos e da nossa coragem é aquela que transforma a nossa vida e a de todos os que nos rodeiam; é a terra sobre a qual se constrói a Boa Vida. É essa extraordinária dança que faz com que as utopias do passado sejam realidade hoje e que as nossas utopias de hoje sejam, talvez, a realidade de amanhã." - Alex Rovira

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