quarta-feira, 11 de novembro de 2015



"Se não aprendermos a comunicar bem, é impossível que sejamos minimamente felizes.
É paradoxal já que nascemos a saber comunicar e, à medida que vamos crescendo, cada vez nos tornamos mais desajeitados na comunicação. Comunicar não é falar; às vezes a linguagem só consegue mesmo confundir, mais do que esclarecer ou transmitir.
Comunicamos com todo o corpo, mas parece que só estamos atentos ao que dizemos com palavras. Sem pretendê-lo, como empobrecemos a comunicação!
Muitas pessoas mal se atrevem a olhar de frente ou fazem-no de forma impertinente; não tocam nos outros ou tocam-nos de mais; gritam em vez de conversar; utilizam um tom monocórdico e aborrecido, sem enfatizar, ressaltar ou motivar... No final, não conseguem comunicar, mas frequentemente confundem a sua incapacidade de transmitir com a insatisfação que as respostas dos outros lhes produzem; não têm consciência de que se eles não comunicaram, dificilmente os outros podem responder ao que não entenderam.
Famílias inteiras são exemplos permanentes de comunicações incorrectas, casais que se amam, pessoas que se agradam, amigos que tentam ajudar-se. Todos sentem as dificuldades de comunicação, a impotência perante essas barreiras que se erguem e acabam por separar e distanciar o que deve estar unido. 
Quantas vezes assistimos à nossa volta a discussões absurdas? Pessoas antagonizadas sem perceberem que querem dizer o mesmo, incapazes de se ouvirem e entenderem. Quando somos observadores, é mais simples detectar os erros cometidos pelos que nos rodeiam, mas que incapacidade mostramos quando somos nós os actores!
Por muito claras que tenhamos as ideias, por muito maduras que sejam as nossas decisões, por muita objectividade que alcancem os nossos argumentos, se não somos capazes de transmitir o que pensamos, o que sentimos, o que elaboramos, então não comunicamos.
De nada nos servirão os processos prévios se fracassarmos na recta final. Podemos amar imensamente uma pessoa mas se não somos capazes de lho transmitir de forma clara e inequívoca, se não sabemos ouvir, observar e analisar objectivamente o que a outra pessoa nos quer comunicar, a relação fracassará, apesar dos sentimentos serem positivos, apesar da nossa firme determinação em seguir em frente aconteça o que acontecer, apesar de tudo isso não o conseguiremos! Da mesma forma, não nos sentiremos bem no trabalho ou na escola, ainda que os colegas nos valorizem e respeitem; se não soubermos interpretar as suas mensagens e transmitir adequadamente as nossas, fracassaremos de novo e confundir-nos-emos com argumentos absurdos e problemas que vêm da nossa cabeça, não do nosso coração.
Qualquer relação importante na nossa vida poderá desmoronar-se se previamente não tivermos avançado nessa maravilhosa e difícil arte que é comunicar bem. 
É conveniente que aprendamos a comunicar, a relacionar-nos? Não é conveniente, é imprescindível e cometeríamos um erro imperdoável se não fôssemos capazes de atribuir ao assunto a importância que detém. Muitas pessoas concordarão com esta premissa, mas sentirão que não conseguem uma boa comunicação porque não atingem um requisito prévio: não se sabem controlar em determinadas circunstâncias." - Maria Jesus Alava Reyes  

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