quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016



"Tudo o que é belo é interior, e o interior significa privacidade. Já viu como as mulheres fazem amor? Fecham sempre os olhos. A mulher sabe alguma coisa. O homem continua a fazer amor com os olhos abertos; continua a ser um observador. Não se entrega completamente ao acto; não entra totalmente nele. Continua a ser um voyeur, como se uma outra pessoa estivesse a fazer amor e ele a observasse, como se o acto estivesse a passar num ecrã de televisão ou de cinema. Mas uma mulher conhece melhor as coisas, porque está mais delicadamente sintonizada com o interior. Fecha sempre os olhos. E então o amor tem uma fragrância completamente diferente.
Faça uma coisa: um dia, ponha o banho a correr e depois apague e acenda a luz. Na escuridão, ouvirá a água a correr mais nitidamente, o som será mais nítido. Quando a luz está acesa, o som não é tão nítido. O que será que acontece na escuridão? Na escuridão tudo o mais desaparece, porque não se consegue ver. Só você e o som estão presentes. É por isso que em todos os bons restaurantes se evita a luz, se evita a luz viva, sendo antes alumiados à luz das velas, o sabor acentua-se mais, come-se bem e saboreia-se melhor. A fragrância rodeia-o. Se a luz for muito viva, o sabor deixa de estar presente. Os olhos tornam tudo público. 
A vida brota dessa fonte interior e alastra no céu exterior. Tem de haver equilíbrio, eu sou sempre a favor do equilíbrio. Por isso, não vou dizer que a sua vida deveria ser um livro aberto, não. Alguns capítulos abertos, tudo bem. E alguns capítulos completamente fechados, um mistério total. Se for unicamente um livro aberto, será uma prostituta, estará simplesmente nua na praça pública, só com o rádio ligado. Não, isso não pode ser.
Se todo o seu livro estiver aberto, você será unicamente o dia sem noite, apenas o verão sem inverno. Onde poderá descansar, concentrar-se e procurar refúgio? Para onde poderá ir quando o mundo se tornar insuportável? Onde ir para orar e meditar? Não, metade de cada é perfeito. deixe uma metade do seu livro aberta a toda a gente, e deixe que a outra metade do seu livro seja tão secreta que só alguns raros convidados lhe possam ter acesso. 
Só muito raramente será permitido entrar no seu templo. É assim que deve ser. Se houver uma multidão a entrar e a sair, então o templo deixará de ser um templo. Poderá ser uma sala de espera num aeroporto, mas não poderá ser um templo. Só raramente, muito raramente, deixe que alguém entre no seu eu. É isso que é o amor." - Osho 

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