terça-feira, 16 de agosto de 2016




"Tudo o que é conhecido já aconteceu. Agir apenas dentro do âmbito do conhecido cria apego à certeza e, embora tal possa produzir uma falsa sensação de conforto e segurança, é algo que na realidade impossibilita a evolução emocional, pessoal e espiritual. 
O desconhecido existe no domínio das possibilidades. De facto, o desconhecido é, por definição, uma esfera de potencial infinito e manifesta-se constantemente no conhecido a cada momento do presente. Por conseguinte, o momento presente é o ponto de junção entre o desconhecido e o conhecido, entre o não-manifesto e o manifesto. 
A consciência sem escolhas é a consciência que permite que a inteligência universal se expresse sem esforço e espontaneamente. Pense nos atletas olímpicos, nos grandes artistas, dançarinos, músicos, poetas ou líderes - pessoas comuns que se elevaram ao nível do extraordinário, permitindo que a consciência fluísse através delas. Para os atletas, é quando eles entram no «vazio» e tudo no sítio onde estão abranda. Conseguem pressentir o movimento seguinte do adversário ou visualizar onde é que a bola pode estar e colocar-se na melhor posição para lhe acertar. Essencialmente, eles tornam-se o jogo. Para os dançarinos, a música desvanece-se, os seus batimentos e ritmos fundem-se com os da própria Natureza e eles tornam-se um só com a sua dança. Estes exemplos mostram-nos pessoas que estão em contacto com a energia primordial da consciência. Todos nós temos o potencial para dominar esta aptidão e descobrir as dádivas do verdadeiro poder. 
Nesta condição, tomar espontaneamente as decisões certas e realizar espontaneamente as acções correctas são impulsos naturais. Neste caso, «espontaneamente» significa que as decisões não são condicionadas pelo fardo da memória ou em antecipação de uma resposta específica. Para os super-heróis, tal leva a uma revelação: «Eu uso as memórias, mas não permito que as memórias me usem.» 
Quando permitimos que as memórias nos usem, é fácil tornarmo-nos vítimas delas. Muitos de nós temos demónios escondidos no nosso interior que podem tornar o nosso progresso no caminho espiritual ou emocional um desafio. Muitas vezes, esses demónios podem ser fantasmas do nosso passado - relacionamentos tóxicos, experiências de abuso, medo da incerteza emocional - que nos inibem de aceitar novos desafios ou saltar para novos relacionamentos com abertura e vulnerabilidade. Porém, o nosso Eu super-heróico não é atormentado nem desencorajado por essa incerteza, abraçando-a em vez disso como uma oportunidade para dar uso à sua criatividade e procurar a redenção a cada momento.
As pessoas que possuem qualidades de verdadeiro poder não precisam de vestir um fato de licra nem uma capa vermelha para serem reconhecidas. Elas irradiam a sua confiança interior, projectando-a para o exterior na sua aparência. Como resultado, o poder é uma parte integral da sua pessoa, não uma característica ou particularidade que lhes é atribuída. Elas não sentem nenhum impulso para definir os músculos, encher o peito de ar ou dizer ao mundo: «Olhem para mim!» Na realidade, esse tipo de postura costuma ser uma máscara que esconde precisamente o oposto - uma profunda insegurança que requer uma reafirmação constante.
Pelo contrário, os verdadeiramente poderosos vivem num estado de serenidade permanente. Não têm receio do futuro, sentindo-se confortáveis com a incerteza e preparados em todas as alturas, com uma infinidade de escolhas à sua disposição, fornecidas pelo desconhecido. Não ficam a remoer nas suas mágoas, não sentem culpas pelo passado, nem ficam presos a antigos hábitos e circunstâncias. Isto não quer dizer que não sejam prudentes e ponderados, mas não se prendem a emoções e circunstâncias que já passaram e que não podem ser alteradas. O resultado é que a sua linguagem corporal demonstra o à-vontade com que interagem com o mundo. As pessoas poderosas sentem-se confortáveis consigo mesmas, preparadas a qualquer momento para o que quer que esteja à espreita no momento seguinte e confiantes na sua capacidade de reagir com criatividade e graciosidade a qualquer situação. Qual de nós não deseja dominar esta aptidão?" - Deepak Chopra

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