quarta-feira, 14 de setembro de 2016




"Atribuir a culpa àqueles que nos rodeiam é um erro que [...] nos leva a colocar o nosso bem-estar em mãos alheias, o que é insensato, além de ser uma abdicação das nossas possibilidades e recursos.
Sofrer é inútil. Sofrer não serve para nada. E eu acrescentaria que, além de ser inútil, sofrer é evitável: «a dor é invisível, mas o sofrimento é opcional», diz-nos o escritor Haruki Murakami, numa frase, se não me engano, de clara inspiração budista. O sofrimento, como qualquer outra emoção, não deixa de ser uma representação confusa, uma representação que, apesar de ser sobre o mundo exterior, na verdade produz-se dentro dos nossos cérebros, e não fora deles.
Deitar as culpas nos outros equivale a que o nosso bem-estar não dependa de nós, mas sim de terceiros. Se atribuirmos aos outros e ao mundo exterior todas as culpas daquilo que nos acontece, estaremos a renunciar a múltiplas possibilidades e a todo o poder que temos enquanto seres humanos. 
Atribuir a culpa aos outros é uma forma de fuga.
Não quero deixar de ter poder sobre mim mesmo.
Nego-me a isso. Não quero que a minha felicidade deixe de depender, como de facto depende, fundamentalmente de mim. Esforço-me cada dia (o que não quer dizer que consiga sempre) por responder de maneira diferente da habitual, ou seja, sem me aborrecer, perante os maus comportamentos dos outros. Não quero deixar nas mãos dos outros o poder de como reagir perante as coisas." - Clemente García Novella

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