domingo, 18 de setembro de 2016




"Que calor! Que frio! Que preguiça! Que cansaço! Que falta de vontade tenho para... As queixas fazem parte de muitas das nossas conversas e também de muitos dos nossos pensamentos. Alguma vez contámos a quantidade de vezes que nos queixamos num único dia? 
Se uma pessoa se aperceber que passa o dia a lamentar-se de quase tudo ou a mostrar aos outros ou perante si mesma uma «indignação justificada», penso que o melhor é esforçar-se por deixar de o fazer. Como tudo, exigirá prática: se uma pessoa passou toda a vida a queixar-se, não pode deixar de o fazer de um dia para o outro. 
Podemos começar por questionar os nossos motivos para estarmos aborrecidos. Quando nos irritamos, costumamos atribuir intenções malvadas, perversas e reprováveis às pessoas, e até mesmo às coisas. Penso que nos enganamos ao fazê-lo. Em primeiro lugar temos de aceitar algo que, enquanto conceito abstracto, já sabemos: que as coisas acontecem e que lhes é indiferente se nos aborrecemos com elas ou não (por muitas vezes que repitamos «está tanto calor!» isso não fará com que a temperatura baixe).
Também temos de procurar outras perspectivas em relação às pessoas. É possível que essa pessoa que nos irritou tanto não tivesse consciência disso. Também pode ser que, devido aos seus problemas emocionais, e até mesmo psíquicos, não consiga evitar tratar os outros sem amabilidade. E também temos de aceitar que, pelos vistos, Oscar Wilde tinha razão quando escreveu que «algumas pessoas causam felicidade onde quer que vão; outras, quando se vão». O insuportável, o intolerável, aquele que nos faz a vida num inferno, é feliz? Seria óptimo se conseguíssemos transformar a nossa ira para com essas pessoas em compaixão por elas.
Se mudarmos a nossa maneira de ver as coisas, pode ser que as coisas comecem a mudar de forma.
Se não o fizermos, não teremos nem um minuto de repouso emocional, pois é impossível sermos felizes se acreditarmos que todo o mundo nos maltrata." - Clemente García Novella

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