quarta-feira, 21 de dezembro de 2016




"A vida de cada homem é um caminho para si mesmo, o ensaio de um caminho, o esboço de uma senda.

Toda a existência é uma senda que deve ser percorrida por cada um. Ninguém pode fazê-la por nós, porque não está indicada no mapa. Construimo-la pouco a pouco, passo a passo, com as nossas decisões e as nossas acções.

Esse caminho de vida está cheio de mistérios, de luzes e de sombras. Não obstante, o maior mistério é descobrir quem somos nós mesmos. 

É importante saber como é que queremos projectar a nossa vida e que cores queremos que predominem. Faz-se caminho ao andar e vive-se a vida ao vivê-la, não ao contemplá-la. Se a nossa existência se converter numa coisa passiva, que os outros estabelecem por nós, nunca conheceremos a liberdade de sermos nós mesmos nem os benefícios da peregrinação para o próprio centro. Não deixaremos sequer um sulco próprio, porque iremos pela mão de outra pessoa e o seu sulco será o nosso.

Por isso, é necessário construir um plano próprio, enganarmo-nos, rectificar, sentir medo e superá-lo. Conhecendo-nos a cada passo, descobriremos os sonhos que nos movem e gozaremos a satisfação de traçar o nosso mapa de vida.

Ficamos em silêncio em muitas ocasiões, imóveis à beira do caminho, porque não sabemos o que fazer com a nossa vida. Isso acontece, por exemplo, quando vivemos uma crise emocional, uma ruptura com o parceiro, o fim de uma etapa ou o despedimento de um trabalho; são situações que alteram o rumo da nossa vida e provocam uma paragem no processo.

É normal angustiarmo-nos ao perder um trabalho ou ao sentirmo-nos arrasados pela solidão quando uma relação se rompe. São sentimentos necessários para sairmos do nosso centro de conforto e lançarmo-nos novamente à estrada.

O importante é não parar o motor; não podemos ficar na berma da estrada, indecisos, sem saber o que fazer.

É preciso assumir essas situações e não desaparecer no meio delas.

Às vezes, essas situações não são boas para tomar decisões radicais, pelo contrário, convidam-nos a abrandar o ritmo, a apanhar ar e ver que novas oportunidades se abrem diante dos nossos olhos.

Nos momentos de crise somos capazes de ver as possibilidades que antes nos pareciam invisíveis.

Se tomámos decisões erradas para chegar até aqui, não podemos apagar o caminho já marcado, mas estamos sempre a tempo de fazer uma curva que nos devolva ao trilho dos nossos sonhos." - Allan Percy

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