terça-feira, 13 de dezembro de 2016




"«Então e as recordações? Certamente que ao recordar também sei o que é passado? Muito bem, lembre-se de alguma coisa. Lembre-se de quando viu um amigo na rua. De que é que está ciente? Na verdade, não está a ver o momento em que isso aconteceu efectivamente. Não pode ir ter com ele e cumprimentá-lo, ou perguntar-lhe uma coisa de que se tinha esquecido de lhe perguntar e de que agora se lembrou. Por outras palavras, não é para o passado verdadeiro que está a olhar, mas para um vestígio presente do passado.

É como quando se vêem as marcas de um pássaro na areia. Consigo ver as marcas  no presente mas, ao mesmo tempo, não consigo vê-lo a deixá-las uma hora antes. O pássaro levantou voo e eu já não o vejo. A partir das marcas posso intuir que já houve acontecimentos passados mas não posso vê-los. Só se pode conhecer o passado no presente e fazendo parte dele.

Assim, chegamos à conclusão que todas as nossas experiências são momentâneas. Por um lado, cada momento é tão breve e ilusório que só podemos pensar nele depois de ter terminado. Por outro lado, esse momento está sempre aqui, visto que não conhecemos outro momento para além do presente. Este, está sempre a morrer e a transformar-se em passado mais rapidamente do que a imaginação possa conceber. Contudo, ao mesmo tempo, está sempre a nascer, sempre novo e a aparecer tão rapidamente como o futuro totalmente desconhecido. Ao pensar nisto, quase que perdemos o fôlego.» - Allan Watts

É a cara que nos enche o coração de gratidão, que desperta o nosso sentimento de admiração. É o rosto da felicidade que está sempre disponível - apenas temos de abrir bem os olhos e de o procurar. Para tocá-lo, não temos de ser forçosamente mágicos, profetas ou místicos. Apenas temos de ser seres humanos, e todos estamos habilitados para isso." - Shawn Christopher Shea

Sem comentários:

Enviar um comentário