sexta-feira, 23 de dezembro de 2016




"O pássaro quebra a casca. O ovo é o mundo. Aquele que quiser nascer tem de quebrar um mundo.

Quando a nossa vida passada morre simbolicamente, deixamos para trás tudo o que éramos nessa altura, embora levemos connosco o que aprendemos. Renascemos num novo mundo que se abre diante de nós, com a sabedoria do vivido, mas também com ignorância, com vazios que nos permitem descobrir o novo, conhecer e conhecermo-nos.

Nietzsche disse que temos de morrer várias vezes numa vida. Ao longo da nossa existência caminhamos, avançamos, escolhemos, e escolher é sempre deixar alguma coisa para trás, desprendermo-nos de uma parte de nós mesmos. Queimar etapas é uma forma de as matar, de morrer para renascer perante um novo desafio. Quebrar a casca do ovo é quebrar uma camada do mundo que nos rodeia. É desfazermo-nos da casca que nos serviu para chegar até aqui e ganhar um novo olhar.

Em suma, como a ave que quebra o ovo depois de ter crescido o suficiente, é transformarmo-nos de dentro para fora.

«Olhar para um bolo é como ver o futuro: enquanto não o provarmos, o que sabemos dele verdadeiramente? Depois, já é demasiado tarde!»" - Allan Percy

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