sexta-feira, 6 de janeiro de 2017




"A procura da verdade é tão antiga como o homem e tem sido o nosso motor desde a noite dos tempos.

Muitos mestres anunciaram possuir a verdade, a razão absoluta. Mas o problema dessas verdades é que elas vêm de fora, de conclusões a que nós não chegámos. Não é uma doutrina que se possa viver, mas sim que deve ser assumida. E embora estas revelações possam guiar o ser humano, guiam-no de fora, quando o que precisamos de saber se encontra no nosso interior. Não o encontraremos fora.

Se não formos nós próprios a experimentar nunca chegaremos às verdadeiras respostas.

Ao libertar-se de uma doutrina, ao renunciar às verdades estabelecidas por outros, o ser humano enfrenta-se a si mesmo em solidão. E pode acontecer que por uns momentos se sinta perdido. Mas é melhor perder-se do que estar agarrado a algo que não é nosso.

Quando nos dão um caminho em que nos sentimos seguros, agarramo-nos a ele e deixamos de viver por nós mesmos, para seguir umas pautas, uns ensinamentos que aprendemos de cor. Se não nos atrevermos a soltar esse lastro, não chegaremos a saber o que é pensar em liberdade.

A primeira presa de todo o caçador da verdade é talvez a própria pessoa, o nosso autêntico eu, ao qual nunca chegaremos através das opiniões de terceiros. Ninguém nos pode ensinar quem somos. Devemos descobri-lo pelos nossos próprios meios. Ninguém pode viver a nossa vida por nós.

Cada um deve percorrer esse caminho com as suas próprias sandálias. Se só nos dedicamos a imitar, a seguir um discurso que não é o nosso, nunca pescaremos o peixe gordo do grande mistério da existência.

Por isso procura no teu interior e abre o caminho que o ensinamento te fechou. Podes ter acumulado muitos conhecimentos, mas a sabedoria, a verdade, não pode mostrar-se com palavras. É preciso vivê-la, a partir de ti mesmo, sem imitações, sem guia." - Allan Percy 

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