domingo, 19 de março de 2017






"Considere o som de um passo. Se eu lhe perguntasse o que é que significa um passo, você provavelmente responderia «Não significa nada para mim». Bem, vamos pensar nisso. Se você está a caminhar numa rua cheia de gente, há tantos passos que você nem sequer os ouve. Nessa situação, eles não têm qualquer significado efectivo. Mas se você estivesse sentado em casa sozinho, já tarde, e ouvisse passos no andar de baixo? Um momento depois, ouve os passos a dirigirem-se para si. Os passos têm significado então? Claro que sim. O mesmo sinal (o som de passos) terá muitos significados diferentes dependendo daquilo que significou para si em situações similares no passado. A sua experiência passada pode fornecer-lhe um contexto para esse sinal e, logo, determinar se ele o descontrai ou assusta. Por exemplo: você pode classificar o som como sendo os passos da sua esposa a chegar mais cedo a casa. As pessoas que já passaram por um assalto podem pensar que significa um intruso. Assim, o significado de qualquer experiência na vida depende do enquadramento que lhe damos. Se mudarmos o enquadramento, o contexto, o significado muda instantaneamente. Uma das ferramentas mais eficazes para a mudança pessoal é aprender a fazer os melhores enquadramentos em qualquer experiência. Este processo chama-se reenquadrar.

Temos de ser capazes de reenquadrar a nossa percepção, para a conseguirmos ver. O mesmo é verdade na vida. Muitas vezes, à nossa volta, existe a oportunidade de transformarmos as nossas vidas naquilo que desejamos que sejam. Há maneiras de encarar os nossos maiores problemas como se fossem as nossas melhores oportunidades - se conseguirmos sair dos padrões de percepção para os quais fomos treinados.

Nada no mundo tem um significado inerente. A maneira como nos sentimos acerca de algo e o que fazemos no mundo depende apenas da nossa percepção disso. Um sinal tem significado apenas no enquadramento ou contexto no qual o apreendemos. A infelicidade é um ponto de vista. A sua dor de cabeça pode saber bem a um vendedor de aspirinas. Os seres humanos tendem a associar significados específicos a experiências. Dizemos que isso aconteceu, por «isto» queremos dizer «aquilo», quando, na realidade, pode haver um número infinito de maneiras de interpretar uma qualquer experiência. Tendemos a enquadrar as coisas baseados em como apreendemos no passado. Muitas vezes, ao mudar estes padrões de percepção habituais, podemos criar melhores opções para as nossas vidas. É importante lembrar que as percepções são criativas. Isto é, se apreendemos algo como um risco, é essa a mensagem que enviamos ao nosso cérebro. Então o cérebro produz estados que tornam isso realidade. Se mudarmos o nosso quadro de referência olhando para a mesma situação de um ponto de vista diferente, podemos mudar a forma como reagimos. Podemos mudar a nossa representação ou percepção acerca de qualquer coisa e, num momento, mudar os nossos estados e comportamentos. É nisto que consiste o reenquadramento.

Lembre-se: nós não vemos o mundo como ele é, porque a forma como as coisas são pode ser interpretada sob muitos pontos de vista. A forma como nós somos, os nossos quadros de referência, os nossos «mapas» definem o território.

Todos conhecemos pessoas que passaram a ser tímidas depois de um romance fracassado. São abandonadas ou magoadas e decidem não avançar para relações posteriores. O facto é que a relação lhes trouxe mais alegria que dor. É por isso que foi tão difícil de abandonar. Mas esborratar as boas recordações e concentrar-se nas más põe o pior enquadramento possível numa experiência. A ideia é mudar o enquadramento, ver a alegria, o ganho, o crescimento. Então é possível avançar a partir de um enquadramento positivo em vez de um negativo e ter a capacidade para criar uma relação ainda melhor no futuro." - Anthony Robbins 

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