quinta-feira, 6 de abril de 2017





"A maior parte da nossa vida é passada em contacto com pessoas estranhas à família e ao casal. Estamos cada vez mais abertos ao exterior: a Internet e as redes sociais põem-nos à distância de um bit de alguém do outro lado do mundo ou da cidade onde habitamos. 

Queremos o amor como quase ingrediente único dos casamentos, mas transformámos os casais numa espécie de queijos suíços, cheios de buracos e permeáveis às correntes de ar...

Queremos tudo na mesma pessoa: amante, sempre disponível e criativa, amiga para as horas boas e más, mãe ou pai solidários. Mesmo no auge da tensão conjugal, suportamos mal o desinvestimento temporário na relação. «Assim não sou feliz, não sei se consigo continuar.»

Por vezes temos tudo isto. Somos pouco tolerantes quando alguma coisa falha. Pomos no outro uma carga tal que a capacidade de energia da relação não aguenta. Ao sermos assim, também defendemos a nossa saúde: está mais do que provado que as pessoas felizes são mais saudáveis, têm menos enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais. Os divorciados morrem mais cedo.

Encontrar o amor da minha vida não é muito difícil - «quem feio ama bonito lhe parece»... Difícil é manter a beleza ao longo do tempo; difícil é gostar de alguém e não lhe atribuir as culpas dos males que nos acontecem; difícil é não criticar quem se conhece tão bem; difícil é manter a atracção ao longo do tempo e não transformar o outro numa pessoa da família, anulando o erotismo que um amor a dois deve ter." - José Gameiro

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