domingo, 9 de abril de 2017







"Não existe lugar nenhum na Terra onde a morte não nos consiga encontrar - mesmo se virarmos constantemente a cabeça em todas as direcções, como numa terra insegura e suspeita... Se houvesse alguma maneira de nos protegermos contra os golpes da morte - não sou homem para recuar perante ela... Mas é uma loucura pensar que se pode ser bem-sucedido...

Os homens vão e vêm, correm e dançam, sem uma única palavra a respeito da morte. Está sempre tudo bem. Mas quando a morte chega de facto - a eles, às suas mulheres, filhos ou amigos -, apanhando-os distraídos e desprevenidos, então que tempestades de paixão os assolam, que gritos, que fúria, que desespero!...

Para começar a privar a morte da sua maior vantagem em relação a nós, adoptemos um caminho diametralmente oposto ao habitual; destituamos a morte da sua estranheza, convivamos com ela, habituemo-nos a ela; que nada mais ocupe o nosso espírito senão a morte... Não sabemos onde ela nos aguarda: portanto esperemos por ela em todo o lado. Praticar a morte é praticar a liberdade. Um homem que tenha aprendido a morrer, desaprendeu como ser escravo." - Montaigne

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