sexta-feira, 21 de julho de 2017





"A verdade e a força impulsionadora por detrás do renascimento é o que se chama carma. No Ocidente, o carma é muitas vezes totalmente mal interpretado como destino ou fatalidade; a melhor forma de o encarar é como a lei infalível de causa e efeito que rege o universo. A palavra carma significa literalmente «acção», e é tanto o poder latente no seio das acções como também os resultados que as nossas acções acarretam.

Em termos simples, o que significa carma? Significa que o que quer que façamos, com o nosso corpo, fala ou mente, terá um resultado correspondente. Cada acção, até mesmo a menor possível, está impregnada com as suas consequências. Os mestres costumam dizer que até uma pitada de veneno pode causar a morte e mesmo uma semente minúscula pode tornar-se numa árvore enorme. E tal como Buda afirmou: «Não subestime as acções negativas simplesmente porque são pequenas; por mínima que seja, uma faísca pode incendiar um monte de feno tão grande como uma montanha.» Do mesmo modo, ele disse: «Não subestime as acções positivas de menor dimensão, julgando que não têm qualquer benefício; até mesmo gotas de água minúsculas acabam no final por encher um grande recipiente.» O carma não se deteriora como as coisas exteriores, nem nunca se torna ineficaz. Não pode ser destruído «pelo tempo, fogo ou água». O seu poder nunca desaparecerá, até ter amadurecido.

E, no entanto, o que mais para além do carma poderia verdadeiramente começar a explicar de um modo satisfatório as diferenças colossais e extraordinárias entre nós? Apesar de podermos ter nascido no seio da mesma família ou no mesmo país, ou em circunstâncias semelhantes, todos temos personalidades distintas, acontecem-nos coisas completamente diferentes e temos diversos talentos, inclinações e destinos." - Sogyal Rinpoche

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