domingo, 16 de julho de 2017





"Pode tornar o sítio onde medita num simples paraíso com uma flor, um pau de incenso, uma vela, uma fotografia de um mestre iluminado ou uma estátua de uma divindade ou de um buda. Podem transformar o quarto mais comum num espaço íntimo e sagrado, com um ambiente onde cada dia se encontra com a sua verdadeira natureza de um modo alegre, como uma ocasião feliz de encontrar um velho amigo.

E se a meditação não ocorrer facilmente no seu quarto urbano, seja criativo e vá passear na natureza, que é sempre uma fonte de inspiração infalível. Para acalmar a sua mente, dê uma volta pelo parque ao amanhecer ou observe o orvalho numa rosa de um jardim. Deite-se no chão e olhe para o céu, permitindo que a sua mente se expanda na vastidão desse espaço. Deixe que o céu exterior desperte um céu no interior da sua mente. Pare junto a um riacho e associe a sua mente ao seu murmúrio; torne-se uno com o seu som incessante. Sente-se junto a uma cascata e permita que as suas gargalhadas terapêuticas lhe purifiquem o espírito. Caminhe numa praia e sinta o vento marítimo pleno e doce a acariciar-lhe o rosto. Celebre e use a beleza do luar para apaziguar a mente. Sente-se ao pé de um lago ou num jardim e, respirando serenamente, deixe que a sua mente se silencie enquanto a Lua se ergue majestosamente numa noite sem nuvens. 

Tudo pode ser usado como um convite à meditação. Um sorriso, um rosto no metropolitano, a visão de uma pequena flor a desabrochar na fenda de um pavimento de cimento, a maneira como um tecido caro cai na montra de uma loja, o modo como a luz do Sol ilumina os vasos de flores no parapeito de uma janela. Esteja atento a todos os sinais de beleza ou graça. Ofereça cada alegria e tome consciência, em todos os momentos, das «novidades que chegam constantemente do silêncio». 

Lentamente acaba por se tornar um mestre do seu próprio bem-estar, um alquimista da sua própria alegria, com todo o tipo de elixires sempre à mão para elevar, animar, iluminar e inspirar cada respiração e movimento." - Sogyal Rinpoche

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