terça-feira, 8 de agosto de 2017
"Aquilo que deveríamos procurar obter é experienciar o prazer sem apego.
Devíamos desfrutar da nossa felicidade ao mesmo tempo que entendemos a natureza do sujeito, da nossa mente, do objecto e dos nossos sentimentos.
Os Lamas tibetanos costumam dizer: «Não ver é a forma perfeita de ver.» Talvez sejam palavras estranhas, mas têm um significado muito grande: explicam a experiência avançada de alguém que medita no que diz respeito à realidade vasta e universal, a experiência para lá do dualismo.
Ficamos obcecados com isto, ficamos obcecados com aquilo, mas a vida muda constantemente - nada permanece, nada dura.
Sentimos uma perda infindável quando estamos apegados à ideia de que o impermanente deveria ser permanente.
Tudo o que diz respeito ao seu corpo e à sua mente é impermanente: sempre a mudar, a mudar, a mudar.
Mesmo quando lhe dói o joelho, nem é uma dor assim tão má quanto pensa - o seu ego exagera a dor, solidifica a sensação, faz com que pareça imutável, que nem ferro. Esta noção está completamente errada, é uma interpretação absolutamente irrealista. Se você conseguir perceber isto, a dor será digerida pela sua sabedoria e desaparecerá. Porquê? Porque a dor que sente no seu joelho não surge por si só mas em conjunto com a actividade do seu ego. Quando um destes elementos desaparece, esta combinação também desaparece.
Se alguém estiver a deitá-lo para baixo e o seu ego começar a ressentir-se, em vez de reagir limite-se a dar uma vista de olhos ao que está a acontecer. Pense em como o som está simplesmente a sair da boca de outra pessoa, a entrar nos seus ouvidos e a provocar-lhe dor no seu coração. Rir-se-á se pensar sobre isto correctamente; verá o quão ridículo é ficar transtornado com algo tão insubstancial.
Esperamos que as coisas que são mutáveis por natureza não se alterem; esperamos que as coisas impermanentes durem para sempre. Depois, quando elas sofrem alterações, ficamos perturbados. Ficar aborrecido quando algo na sua casa se estraga demonstra que você não entendia verdadeiramente a natureza impermanente disso." - Lama Thubten Yeshe
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