quarta-feira, 30 de agosto de 2017





"O amor que recebemos dos demais é um dos factores mais decisivos para o desenvolvimento e o equilíbrio de uma pessoa. Isto pode ser dito com mais intensidade, mas não com mais clareza. A consciência do eu enquanto sujeito pessoal torna-se perceptível quando somos reconhecidos como tal pelos demais. Descobrimos a nossa dignidade quando somos dignamente tratados, da mesma forma que descobrimos o amor quando somos amados.

O facto de as nossas vidas dependerem do afecto é uma realidade incontestável, tanto pelos benefícios que o afecto comporta como pelos riscos e sofrimentos gerados pela sua perda ou pela sua ausência. O afecto é mais do que um acto de ternura, uma atitude positiva ou uma atracção pelo outro. O afecto humaniza, une, preenche e dá vida, e a falta de afecto pode causar a morte. Esta é uma verdade tão dura quanto profunda.

Para Paul Watzlawick, uma sociedade é humana na medida em que os seus membros se confirmam reciprocamente. Essa confirmação interpessoal passa, sem dúvida, pelas experiências de afecto como os beijos, os abraços e as carícias, quer as mesmas se produzam no plano real ou na esfera virtual, em silêncio ou com verbalizações, e independentemente da distância física. Não há maior reconhecimento de outro ser humano do que o seu afecto sentido na nossa própria pele. A pele é o mais íntimo lugar de encontro entre o «tu» e o «eu»." - Xavier Guix

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