domingo, 24 de setembro de 2017





"Eu sempre pensei que a escola convencional era um tremendo desperdício de tempo. E, se pensar bem no assunto, a maior parte das coisas que sei aprendi por iniciativa própria, fora do âmbito escolar. À parte das operações matemáticas básicas, da leitura e da escrita, não me lembro de nada do que me foi ensinado na escola. Não me lembro nem do nome de um maldito rio, de como fazer raízes quadradas, das diversas partes que compõem uma flor...

Onze anos consecutivos de escolarização! Seis ou sete horas diárias de estudo! Para chegar a este mísero resultado? Não será este um dos maiores fiascos da história da humanidade?

Estou convicto de que, aplicando devidamente a sua dedicação, a maior parte das crianças se poderiam tornar génios da música, da matemática ou da arte.

Meditemos sobre o assunto: se pudéssemos estudar agora, enquanto adultos, alguma matéria que verdadeiramente nos interessasse durante onze anos consecutivos, não atingiríamos um nível de conhecimento fenomenal? Imagine-se então com as crianças, que têm uma capacidade de aprendizagem incomparavelmente superior à nossa!

O problema das nossas escolas é a obrigatoriedade de estudar, que mata a curiosidade, a verdadeira fonte de aprendizagem. Pais e professores não confiam nas crianças, na sua vontade de fazer as coisas bem, de aprender, de construir coisas belas, e têm um medo irracional de que os meninos cresçam sem os conhecimentos necessários para competir no mundo adulto.

Afinal de contas, as escolas são lugares onde se ensina a temer a vida e os demais. Não é de estranhar que os jovens mais atrevidos se rebelem e se posicionem contra esta sociedade de medo. Os meninos que passam no crivo aprendem a mentir, a «competir» em vez de partilhar e a temer os demais e a vida. E tudo isto a troco de aprender as quatro regras da escrita e a matemática mais elementar! Que rico negócio!" - Rafael Santandreu

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