quinta-feira, 14 de setembro de 2017
"Muitas neuroses fazem parte da família do «temor da debilidade». Quando estamos neuróticos, tendemos a temer «estar mal», «ser menos», «estar doente», «padecer de ansiedade», «estar deprimido», «sentir dores crónicas» e, o próprio temor dá origem a esses sintomas: amplifica-os até extremos inusitados.
Pensamos erroneamente que a doença nos vai dar cabo da vida, lutamos contra ela desde o primeiro momento e é precisamente aí que nasce o equívoco. Essa luta conduz a um aumento exponencial da ansiedade, da dor ou do que quer que esteja no centro das nossas preocupações.
Porém, as pessoas que não temem a debilidade não exacerbam o mal-estar e este vai e vem como uma brisa que passa.
Afinal de contas, na nossa sociedade, a debilidade é extremamente temida.
Uns temem a debilidade e outros injectam-na na sua vida por forma a alcançar a sabedoria e a felicidade: estranho, não é? A justificação para este aparente paradoxo está no facto da debilidade poder ser um tremendo mestre; não há que a temer, bem pelo contrário.
Afinal de contas, nenhuma debilidade - enfermidade corporal ou psicológica - nos deve impedir de sermos felizes. Encontramos demonstrações disto em toda a parte. Se o compreendermos a fundo, deixaremos de nos lamentar e começaremos a aproveitar a nossa vida.
É por isso que a debilidade poder ser um grande mestre, porque nos pode levar a descobrir uma vida muito mais intensa e harmoniosa. Para isso, contudo, precisamos de a aceitar com alegria, de nos recatar com humildade e de dar o melhor dentro das nossas possibilidades.
Quando estamos fortes, tendemos a procurar gratificação em metas externas. Quando estamos débeis - e fazemos da debilidade o nosso mestre -, tendemos a concentrar-nos no amor e no prazer das pequenas coisas." - Rafael Santandreu
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