sexta-feira, 15 de setembro de 2017





"A única coisa que nos impede de flutuar ao sabor do vento é o conjunto das nossa histórias. São elas que nos dão um nome, que nos colocam num determinado lugar, e nos permitem manter o contacto."

Tom Spanbauer


"As nossas histórias evitam que flutuemos ao sabor do vento: é impensável não possuir um passado, a história de tudo o que se passou consigo, não recordar o que já viveu ou as pessoas que fizeram parte da sua vida. Como pode enfrentar o amanhã, até mesmo o momento seguinte, sem as suas histórias? Nem sequer saberia como ser ou estar. Levantaria voo simplesmente, mais leve do que o ar, e seria levado por qualquer vento que soprasse, uma mancha cada vez menor no horizonte, tal como um balão perdido por uma criança, condenado a desaparecer. Nada o reteria aqui.

As suas histórias dão-lhe um nome: Como lhe chamam os outros? Como se referem a si? Se eu conhecer as suas histórias, conhecê-lo-ei na totalidade, porque elas são apenas suas e o seu nome é o único que consta nelas.

Se as contar correctamente, elas far-me-ão recordar a minha própria história.

As suas histórias colocam-no num determinado lugar: você está aqui agora. Tem estado aqui toda a vida ou apenas há uns dias. Já passou por muitos lugares ou por poucos. Poderá também, em breve, partir para outro lugar. Mas agora, encontra-se apenas aqui. Quando me conta a sua história, diz-me onde aconteceu e a razão por que se encontrava aí. E esse lugar transformou-se pelo facto de você lá ter estado. Ao escutar os nomes de alguns lugares sentirá vontade de chorar. 

As histórias permitem manter um contacto: você toca sempre em qualquer coisa. Por vezes toca noutra pessoa. Em quem é que toca? Por que razão toca nesta zona específica da Terra, neste ser humano? Que histórias o trazem, de corpo e alma, para este momento? Conseguiria suportar a sua perda? 

Passe algum tempo em silêncio, recordando as histórias da sua vida. Anote-as. Escreva-as. Faça uma lista. Adicione outras." - David Kundtz

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