sábado, 6 de junho de 2015



"É importante salientar que as crianças de tenra idade necessitam verdadeiramente da aceitação dos adultos importantes para elas (os pais) durante os anos que perfazem a sua formação. Contudo, a aprovação não deve estar associada ao comportamento adequado, nem a criança deve receber uma sanção por tudo o que diz, pensa, sente ou faz. A autoconfiança pode ser aprendida desde o berço e, ao longo desta secção, a busca de aprovação não deve ser confundida com a busca de amor. Para que se incentive a libertação da necessidade de aprovação no estado adulto, uma forma de ajuda consiste em transmitir à criança abundantes mensagens de aprovação desde o início. No entanto, se uma criança desenvolve, à medida que cresce, o sentimento de que não pode pensar ou agir sem primeiro se certificar da aprovação de um dos pais, então as sementes neuróticas da insegurança foram plantadas desde cedo.
Na maioria dos casos, a nossa cultura ensina a criança a confiar nos outros em vez de se fiar nos seus próprios juízos. Certifica-te de tudo junto da mamã ou do papá: «O que devo comer?»; «Quando?»; «Que quantidade?». Pergunta à mamã: «Com quem posso brincar?»; «Quando?»; «Onde?»; «O quarto é teu, mas deves mantê-lo assim! As roupas nos cabides, a cama feita, os brinquedos na caixa dos brinquedos, e assim por diante.»
Eis mais uma troca de palavras que reforçam a dependência e a busca de aprovação:
- Podes vestir o que tu quiseres.
- Gostas assim, mamã?
- Não, não querido! Riscas e bolinhas não ficam bem juntas! Volta ao quarto e troca a blusa ou as calças para ficarem a condizer.
Passada uma semana...
- O que é que hei-de vestir, mamã?
- Já te disse, veste o que quiseres. Porque é que estás sempre a perguntar-me?
Porquê, claro...
Na mercearia, o empregado pergunta à criança:
- Queres um doce?
A criança olha para a mãe:
- Quero um doce? Aprendeu a certificar-se de tudo junto dos pais, inclusivamente se quer alguma coisa ou não. Desde brincar, comer e dormir, até fazer amizades e pensar, muito poucas mensagens de autoconfiança estão a ser passadas à criança de tenra idade no seio familiar. Esta constatação provém da crença fundamental, por parte dos papás e das mamãs, de que são donos dos seus filhos. Em lugar de ajudarem as crianças a pensarem pela sua cabeça, a resolverem os seus problemas e a desenvolverem a confiança em si próprias, os pais tendem a tratar as crianças como bens materiais." - Wayne Dyer

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