segunda-feira, 7 de dezembro de 2015



"Aquele que vê mal, vê sempre demasiado pouco; aquele que ouve mal, ouve sempre demasiado.
No poema «Novos Motivos pelos Quais os Poetas Mentem», Hans Magnus Enzesberger critica o uso que os seres humanos fazem da linguagem, que nem sempre é usada para dizer a verdade. Diz, por exemplo, que «o instante em que a palavra "feliz" é pronunciada nunca é o instante da felicidade». Talvez porque a felicidade exija que entreguemos todos os nossos sentidos para experienciá-la, no momento em que queremos capturá-la, rotulá-la, analisá-la, estamos a perdê-la.
Sobre este tema, declara Eric Hoffer: «A busca da felicidade é uma das principais fontes de infelicidade», e o ditado popular aconselha: «Se quiseres ser feliz, como dizes, não analises.»
Quando intelectualizamos as vivências e procurarmos ver nelas uma intenção, estamos a perder a essência das mesmas. É por isso que Nietzsche nos recorda que às vezes ouvimos apenas aquilo que queremos ouvir, porque o burburinho das nossas ideias pré-concebidas sobrepõe-se à realidade, que é sempre mais simples do que a opinião que formamos sobre ela. 
O exercício do filósofo - e de todas as pessoas que queiram pensar com clareza - é corrigir a sua visão para ter a máxima amplitude de perspectivas e não ceder às opiniões fáceis." - Allan Percy 

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