segunda-feira, 7 de dezembro de 2015



"Se há algo de que este mundo precisa urgentemente, é de amor. Será o único antídoto eficiente para conseguir vencer a cobiça cada vez mais desmedida, o ódio, a raiva e o ressentimento. O amor é a única força capaz de transformar uma sociedade de violência e desigualdades, numa sociedade onde reine o sossego e a fraternidade. O amor é a energia que aproxima as pessoas, as comunica e harmoniza, as anima e conforta, as torna receptivas às necessidades alheias. É uma actividade emocional muito intensa, uma tendência afectiva que surge do mais íntimo e profundo de cada um. Segue as suas leis muito especiais e, às vezes, bem diferentes das do pensamento conceptual e binário; tem as suas regras e, simultaneamente, não tem nenhuma. Perguntei a um mestre indiano o que era o amor e ele disse: «O amor é o amor.» Mas há amor cego e que, inclusive, se pode tornar destrutivo, porque deixa de ser o verdadeiro amor, e há amor com sabedoria, consciência e lucidez. Não se deve confundir paixão com amor, mas é possível a paixão com amor, e então alcança uma dimensão infinitamente mais rica, fiável e reveladora. Frequentemente, a paixão sem amor perturba, pode impedir o entendimento e perturbar a consciência, e quando se desvanece, restam apenas cinzas na relação afectiva. Como é diferente a paixão com amor! Também se deve diferenciar entre a sexualidade sem amor e a sexualidade amorosa ou com amor, esta última muito mais enriquecedora e plena.
Qualquer um é capaz de dizer que ama, mas contam-se pelos dedos os que amam verdadeiramente. É possível aprender a amar mais e melhor? Naturalmente que sim, mas não se trata apenas de uma firme determinação ou acto de vontade, sendo necessário exercitar-se para seguir esse caminho do amor mais genuíno, desinteressado, incondicional e à luz da consciência. Muitas vezes, sob o pretexto do amor, o ser humano encobre as suas tendências mais obscuras, inclusive as mais egoístas e destruidoras. Para que o amor possa eclodir com todo o seu vigor e autenticidade, muitas vezes é preciso modificar muitas atitudes e, sobretudo, amadurecer emocionalmente e tornar-se menos egocêntrico, possessivo e egoísta." - Ramiro Calle  

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