quarta-feira, 9 de dezembro de 2015



"Um discípulo dirigiu-se ao mentor para lhe perguntar:
- Que compreensão aflora na consciência clara?
O mestre olhou-o fixamente e disse-lhe:
- Meu querido, aflora a compreensão de que se te magoo, magoo-me; se te ajudo, ajudo-me; se te amo, amo-me.

Era o Buda quem dizia: «Quando cuidas dos outros, cuidas de ti mesmo; quando te proteges a ti mesmo, proteges os outros.» Não há a menor dúvida. Assim como nos sentimos, assim nos relacionamos. Quanto mais achamos resolvidas as nossas ambivalências emocionais e os nossos conflitos internos e melhor nos sentirmos connosco mesmos, mais preparados estaremos para estabelecer laços afectivos saudáveis e não de dependência, ânsia de domínio ou simbiose, mas de saudável e fecunda interdependência. Se nos fosse possível diminuir o ego e desenvolver uma genuína compaixão, tomaríamos consciência lúcida de que assim como cada um de nós deseja a felicidade e não o sofrimento, o mesmo se passa com os seres sensíveis, e que por isso temos de procurar a felicidade e evitar ferir qualquer criatura; mais ainda, interiorizaríamos que, ao ferir os outros, nos ferimos a nós mesmos, porque formamos todos parte de uma sinergia. Da compreensão clara surge a compaixão; do entendimento correcto, brota a benevolência; da inteligência primordial sobrevém o amor." - Ramiro Calle  

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