terça-feira, 19 de janeiro de 2016



"Na verdade, existem milhões de crenças irracionais, um número infinito delas, porque estas ideias catastróficas são fruto da imaginação, e esta não tem limites. Todavia, depois de muitas décadas de investigação, conseguimos classificá-las todas em três grupos. São estas as crenças irracionais básicas em que os seres humanos acreditam:

a) Devo fazer tudo bem ou muito bem!
b) As pessoas deviam tratar-me sempre bem, com justiça e consideração!
c) As coisas devem ser-me favoráveis!

Afirmamos que estas ideias são crenças irracionais porque se trata de exigências infantis, obrigações dogmáticas, inflexíveis e pouco realistas.
Assemelham-se às birras de uma criança que dá pontapés no supermercado porque exige que a mãe lhe compre guloseimas: «Quero! Quero! Quero!» Contudo, as crenças racionais correspondentes seriam qualquer coisa como:

a) Gostaria de fazer as coisas bem, mas não preciso disso para desfrutar do dia.
b)Seria fantástico se toda a gente me tratasse bem, mas posso passar sem isso.
c) Como gostaria que as coisas me fossem favoráveis! Mas isso nem sempre vai acontecer, e aceito-o. Posso mesmo assim ser feliz.

É aí que está o cerne da questão: uma pessoa madura é aquela que não exige, mas antes prefere. Compreende que a vida e os outros não existem para satisfazer exigências fantasiosas. Mas, o que é mais importante, não necessita de nada disso para ser feliz! 
Quando somos emocionalmente vulneráveis, as exigências preenchem todo o nosso ser. Quando estas não são satisfeitas, aborrecemo-nos, ficamos deprimidos ou cheios de ansiedade, pomos as culpas nos outros ou no mundo ou, o que é pior ainda, em nós mesmos." - Rafael Santandreu

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